22 de mai 2025
Inteligência artificial revoluciona previsões meteorológicas no Met Office britânico
Inteligência artificial transforma previsões meteorológicas, aumentando precisão e integrando dados locais, mas desafios geopolíticos ameaçam o acesso a informações.
Voluntários e bombeiros fazem resgate de pessoas ilhadas em seus apartamentos na área alagada na região central de São Leopoldo, município afetado nas chuvas do Sul de 2024. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
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A previsão meteorológica passou por uma transformação significativa desde a década de 1960, quando o Met Office, no Reino Unido, começou a utilizar supercomputadores. Atualmente, a inteligência artificial (IA) está revolucionando esse campo, permitindo previsões mais precisas e em tempo real. Kirstine Dale, diretora de IA do Met Office, afirma que estamos diante de uma mudança de patamar, semelhante à introdução dos computadores.
O uso de IA permite identificar padrões em grandes volumes de dados atmosféricos, melhorando a precisão das previsões e alertas de eventos extremos. Isso pode beneficiar setores como agricultura e finanças. Contudo, há preocupações sobre tensões geopolíticas que podem afetar o compartilhamento de dados meteorológicos, essenciais para previsões globais. Especialistas destacam que novas fontes de dados, como sensores locais, podem ser integradas aos modelos de IA, aumentando a precisão das previsões.
Avanços e Desafios
O Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF) lançou recentemente um modelo de IA que melhorou em 20% a precisão das previsões de ciclones tropicais. Florence Rabier, diretora-geral do ECMWF, acredita que a nova tecnologia potencializa os avanços já obtidos nas últimas décadas. Modelos experimentais de IA, como o Aardvark, estão sendo desenvolvidos para operar com dados brutos de satélites e estações meteorológicas, prometendo democratizar as previsões, especialmente em países em desenvolvimento.
Entretanto, a capacidade da IA de prever eventos extremos em um clima em transformação ainda é questionada. Florian Pappenberger, vice-diretor do ECMWF, defende que o aprendizado de máquina pode prever eventos incomuns, como chuvas recordes. A técnica de conjunto, que simula múltiplos cenários, já melhorou os modelos tradicionais, mas a IA pode expandir essa capacidade, permitindo milhares de simulações.
O Futuro da Meteorologia
A colaboração internacional é fundamental para o sucesso das previsões meteorológicas. John Turner, da Universidade de Cambridge, destaca que o acesso a dados de satélites de diferentes países melhora as previsões. No entanto, ele alerta que tensões políticas podem prejudicar esse intercâmbio. Empresas privadas também estão investindo em satélites, como a startup Tomorrow.io, que já lançou sensores para detectar chuva e neve.
Meteorologistas ainda desempenham um papel crucial na interpretação de dados e na comunicação de riscos. O Met Office acredita que a IA será uma aliada, não uma substituta, dos métodos tradicionais. Kirstine Dale ressalta a importância da colaboração entre humanos e máquinas para uma compreensão mais profunda do clima.
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