Brasil busca se tornar polo global de data centers com incentivos e energia renovável

O aumento da demanda por data centers é impulsionado pela tecnologia, especialmente pela inteligência artificial, que já consome 2% da energia global e cresce 12% ao ano. O Brasil busca se tornar um polo global nesse setor, com um plano do governo que inclui isenção fiscal e segurança jurídica, visando atrair até R$ 2 trilhões em investimentos na próxima década.

Um estudo do Boston Consulting Group (BCG) revela que a demanda global por energia deve aumentar 16% ao ano até 2028. O relatório, intitulado “Breaking Barriers to Data Center Growth”, projeta um investimento de US$ 1,8 trilhão em data centers até 2030. A inteligência artificial é responsável por 60% dessa demanda, conforme destaca Ricardo Pierozzi, diretor executivo do BCG.

Empresas como Amazon, Meta, Microsoft e Google são as principais responsáveis por esse crescimento, aumentando sua participação na demanda de energia para 45% até 2028. O estudo também aponta que a limitação na oferta de hardware, especialmente processadores de inteligência artificial, pode restringir os investimentos até 2028. Após esse período, a falta de infraestrutura, como energia e espaço, poderá ser um novo obstáculo.

Potencial do Brasil

O Brasil possui vantagens competitivas, como boa conectividade de dados e uma matriz energética com quase 90% de fontes renováveis. No entanto, a alta carga tributária e a morosidade na aprovação de projetos podem afastar investimentos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lançou um plano para transformar o Brasil em um polo global de data centers, oferecendo incentivos fiscais e segurança jurídica.

Recentemente, a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado debateu a regulamentação de data centers voltados para inteligência artificial. A proposta do senador Styvenson Valentim busca estabelecer diretrizes que considerem segurança digital, sustentabilidade e eficiência energética. A discussão ocorre em meio ao esforço do governo federal para implementar uma política nacional de data centers, com o objetivo de atrair investimentos estrangeiros.