03 de jul 2025

Inteligência artificial avança e provoca debate sobre sua capacidade de raciocínio
Pesquisadores contestam estudo da Apple e afirmam que limitações de texto afetam o raciocínio da inteligência artificial.

IAs não raciocinam de forma humana (Foto: Alina/Adobe Stock)
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Pesquisadores da Apple publicaram um estudo em junho, intitulado “The Illusion of Thinking”, que critica os algoritmos de linguagem, afirmando que eles não raciocinam de verdade, mas apenas imitam o pensamento humano de forma superficial. O estudo sugere que, ao enfrentar problemas complexos, a inteligência artificial (IA) não apenas falha, mas entra em colapso, o que para muitos é uma evidência de que os modelos de linguagem não possuem raciocínio genuíno.
No entanto, a discussão se intensificou quando pesquisadores da Anthropic contestaram as conclusões da Apple. Eles apontaram que a metodologia utilizada no estudo da Apple limitava a capacidade da IA, fazendo com que ela falhasse ao ser interrompida durante o processo de resolução de problemas. Essa interrupção é comparável a cortar o rascunho de um matemático antes que ele chegue à resposta final.
O Raciocínio da IA
Os modelos de IA, ao resolver problemas complexos, geram textos intermediários, conhecidos como “cadeia de pensamentos”, onde exploram diferentes possibilidades antes de chegar a uma conclusão. Essa abordagem é semelhante ao que os humanos fazem ao tomar decisões difíceis, ativando um processo analítico que se assemelha ao “Sistema 2” descrito pelo psicólogo Daniel Kahneman em seu livro “Rápido e Devagar”.
Pesquisadores têm descoberto que, para melhorar a precisão em tarefas complexas, é necessário instruir os modelos de IA a não fornecer respostas imediatas. Ao forçar a IA a “pensar em voz alta”, ela é levada a desacelerar e a engajar em um processo mais metódico, semelhante ao raciocínio humano.
A Nova Perspectiva
Diante desse cenário, a questão sobre se as IAs realmente raciocinam ou apenas imitam o pensamento humano pode ser mal colocada. O que se observa é o surgimento de um processo cognitivo que, funcionalmente, se assemelha ao nosso. A verdadeira ilusão não está na máquina, mas nas expectativas que temos sobre como o pensamento da IA deveria se manifestar.
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