Tecnologia

Desafio à reivindicação da Microsoft sobre qubits topológicos gera controvérsia científica

Em fevereiro, a Microsoft anunciou o 'Majorana 1', um chip quântico inovador. O físico Henry Legg questionou a validade do teste para identificar partículas Majoranas. Legg aponta falhas no protocolo, que comprometeriam a criação de qubits topológicos. Microsoft defende sua posição e promete responder às críticas de forma oficial. Especialistas pedem transparência e validação das alegações da Microsoft sobre o chip.

Microsoft revelou seu chip quântico 'Majorana 1' em fevereiro. (Foto: John Brecher para Microsoft)

Microsoft revelou seu chip quântico 'Majorana 1' em fevereiro. (Foto: John Brecher para Microsoft)

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Um físico levantou dúvidas sobre um teste que fundamenta a alegação da Microsoft de ter criado os primeiros qubits topológicos, um objetivo desejado na computação quântica. A crítica surge em meio a crescentes especulações sobre a validade da afirmação, anunciada em 19 de fevereiro. Sem um artigo revisado por pares que sustente a reivindicação, alguns pesquisadores se mostraram céticos. Um estudo publicado na revista Nature descreveu um método para medir a leitura de futuros qubits topológicos, mas não apresentou provas de sua existência.

Henry Legg, físico teórico da Universidade de St Andrews, no Reino Unido, expressou preocupações sobre o protocolo de gap topológico (TGP), utilizado pela Microsoft para buscar partículas chamadas Majoranas, essenciais para o funcionamento dos qubits. Embora o TGP não tenha sido mencionado no anúncio de fevereiro, a empresa indicou posteriormente que utilizou esse método. Legg argumenta que, devido a falhas no TGP, as bases dos qubits não estão presentes. Em resposta, Chetan Nayak, líder da equipe de computação quântica da Microsoft, defendeu a reivindicação, afirmando que a crítica de Legg é baseada em uma interpretação errônea do trabalho da empresa.

Legg e seus colegas da Universidade de Basel relataram que o TGP poderia ser enganado por falsos positivos, que possuem características eletrônicas semelhantes às dos Majoranas, mas sem suas propriedades úteis. Em sua crítica mais recente, Legg identificou variações significativas nas condições externas durante as medições, o que tornaria o teste inconsistente. Nayak, por sua vez, não aceita essa crítica, afirmando que as variações são parte de uma análise inicial e que todos os dados são considerados.

Outro ponto levantado por Legg é que um parâmetro chave no código do protocolo, compartilhado publicamente pela Microsoft, difere da descrição no artigo da Physical Review B (PRB). Nayak contestou essa afirmação, considerando-a incorreta. Legg, no entanto, alegou que Nayak havia reconhecido essa diferença anteriormente em uma comunicação por e-mail. A crítica de Legg foi considerada "certamente válida" por Carlo Beenakker, físico teórico da Universidade de Leiden, que ainda expressou entusiasmo pelo objetivo da Microsoft. Anton Akhmerov, da Universidade de Tecnologia de Delft, destacou que a crítica de Legg exige uma resposta pública dos pesquisadores da Microsoft. A empresa afirmou que responderá oficialmente à crítica quando contatada pelos editores da PRB.

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