27 de jan 2025
China transforma deserto em energia limpa com a 'Grande Muralha Solar' e combate a desertificação
A China transforma o deserto de Kubuqi em um complexo solar até 2030. Já foram instalados 5,4 gigawatts, com imagens de satélite mostrando mudanças. O projeto visa combater a desertificação e promover a recuperação ambiental. Desafios incluem lentidão nas linhas de transmissão e escavação de dunas. China lidera em energia solar, com 386.875 megawatts instalados globalmente.
Imagem de satélite de 30 de dezembro de 2024 mostra a expansão de painéis solares transformando o deserto de Kubuqi, na Mongólia Interior, região autônoma da China. (Foto: Nasa)
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A China está implementando um projeto inovador no deserto de Kubuqi, na Mongólia Interior, que combina energia limpa e recuperação ambiental. Conhecido anteriormente como "mar da morte", o local agora abriga a "Grande Muralha Solar", um complexo de painéis solares que visa fornecer energia sustentável para Pequim e outras áreas urbanas. A meta é impressionante: até 2030, o projeto terá 400 quilômetros de comprimento e 5 quilômetros de largura, com capacidade para gerar até 100 gigawatts de energia. Até o momento, foram instalados cerca de 5,4 gigawatts, o que equivale ao consumo energético de uma cidade de médio porte.
A localização de Kubuqi é estratégica, com clima ensolarado e proximidade de centros industriais. As placas solares estão sendo instaladas nas proximidades do rio Amarelo, entre Baotou e Bayannur. Imagens de satélite mostram uma transformação significativa na paisagem, com as dunas de areia sendo substituídas por extensas áreas de painéis solares. Um destaque do projeto é a usina solar Junma, que, vista do alto, forma a imagem de um cavalo galopando e gera energia suficiente para abastecer entre 300 mil e 400 mil pessoas anualmente.
Além de gerar energia, o projeto também tem como objetivo combater a desertificação. As placas solares ajudam a fixar as dunas e a reduzir o impacto dos ventos, criando sombra que diminui a evaporação e possibilita o cultivo de pastagens. Dados da NASA indicam que outras regiões desérticas da China também estão se tornando mais verdes devido a iniciativas semelhantes, com o cultivo de plantas e criação de gado melhorando a fertilidade do solo.
Entretanto, o projeto enfrenta desafios, como a construção lenta das linhas de transmissão e preocupações ambientais relacionadas à escavação das dunas para instalação dos painéis. Especialistas alertam que isso pode agravar a desertificação e afetar a biodiversidade local. Apesar disso, a China se destaca globalmente, liderando a capacidade de energia solar instalada com 386.875 megawatts, representando cerca de 51% do total mundial. Em comparação, os Estados Unidos têm 79.364 megawatts e a Índia, 53.114 megawatts.
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