22 de abr 2025
Cristãos do Oriente Médio enfrentam incertezas enquanto celebram a Páscoa juntos
Cristãos do Oriente Médio celebram a Páscoa em meio a um cenário de declínio populacional e incertezas, destacando a urgência por paz e unidade.
Cristão copta na Igreja da Caverna, no Cairo, Egito. (Foto: IMB)
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Comunidades cristãs no Oriente Médio enfrentam declínio e celebram Páscoa em tempos de incerteza
Nesta Páscoa, cristãos de diversas denominações celebraram a ressurreição de Cristo em um mesmo dia. No entanto, o Oriente Médio, berço do cristianismo, enfrenta um período de incerteza, com a população cristã em drástica redução, especialmente em Gaza e na Síria.
Histórico de declínio e ondas migratórias
Padre Andrea Pacini, da Arquidiocese de Turim, ressalta que “não há um futuro claro para as comunidades cristãs” na região. Segundo ele, três grandes ondas de declínio marcaram a história cristã no Oriente Médio: a conquista islâmica árabe no século VII, as catástrofes do século XX e a crise migratória atual.
Redução drástica em números
O Dr. Bernard Sabella, professor da Universidade de Belém, lamenta o rápido declínio dos cristãos, que somam cerca de 15 milhões na região. Os copta no Egito são cerca de 12 milhões, enquanto os assírios no Iraque, que antes passavam de 1,3 milhão, hoje são aproximadamente 300 mil.
Diferenças entre países e a situação na Síria
A estabilidade social e econômica dos cristãos em Israel contrasta com as dificuldades enfrentadas nos Territórios Palestinos, Iraque e Síria. Na Síria, a população cristã caiu 75% desde 2010, e uma nova onda de medo surgiu após a queda do ex-presidente Bashar al-Assad.
Apoio e resiliência em meio à crise
Em Aleppo, a igreja do Padre Hugo Fabian Alanis oferece apoio a moradores locais, com programas de alimentação e saúde. “Estamos tentando apoiar as pessoas, ajudá-las a enfrentar esses momentos difíceis”, afirma o missionário.
Líbano e a busca por liberdade religiosa
No Líbano, a Igreja Maronita viu sua comunidade encolher de 75% para cerca de 30% da população. O padre Antoine Douaihy destaca que migração, colapso econômico e casamentos mistos contribuíram para essa mudança, mas o país ainda garante certa liberdade religiosa.
Crescimento evangélico e desafios na região
Imigrantes das Filipinas, Índia e África têm aumentado o número de cristãos na região, especialmente entre evangélicos. Petra Heldt, diretora da Fraternidade Ecumênica de Pesquisa Teológica em Israel, observa que “os evangélicos atraem aqueles que buscam fé pessoal e simplicidade”.
Páscoa como símbolo de esperança e união
Apesar dos desafios, a celebração da Páscoa se tornou um raro símbolo de unidade em uma região fragmentada. “A mensagem da Páscoa é esperança”, diz o Padre Alanis, reforçando que a ressurreição nos lembra que “este não é o fim”.
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