Hautes-Côtes se destaca como novo polo vitivinícola em meio às mudanças climáticas

As Hautes-Côtes de Beaune e de Nuits, regiões vitivinícolas na Côte-d'Or, estão passando por transformações significativas. Desde a criação das denominações em mil novecentos e sessenta e um, essas áreas, que somam cerca de 1.800 hectares, têm se destacado na produção de vinhos regionais, representando quase uma em cada dez garrafas da região.

Recentemente, produtores renomados, como Pierre-Yves Colin-Morey e Boris Champy, têm investido em cuvées que refletem características de terroir mais específicas. Essa mudança é impulsionada pela nova pesquisa de solos, que visa mapear a biodiversidade e as condições climáticas locais. A geóloga Françoise Vannier, especialista em terroiros da Borgonha, foi contratada para conduzir esse estudo.

As Hautes-Côtes são conhecidas por suas altitudes, com vinhedos situados entre 290 e 450 metros. Historicamente, as temperaturas mais baixas dificultaram a maturação das uvas. Contudo, o mudança climática tem alterado esse cenário, permitindo que as condições se tornem mais favoráveis. Laurent Delaunay, da casa Édouard Delaunay, acredita que isso pode resultar em climas com identidades e qualidades distintas.

Além disso, a cooperativa Nuiton-Beaunoy, que é o maior produtor nas duas denominações, também está adotando essa abordagem mais focada em parcelas específicas. A iniciativa de mapeamento dos solos e a preservação da biodiversidade, com a região classificada como Natura 2000, pode posicionar as Hautes-Côtes como um laboratório para soluções relacionadas ao mudança climática.