10 de abr 2025
Mulheres desbravam o mar na Patagonia e desafiam o machismo na pesca artesanal
Mulheres desafiam estereótipos na pesca no Golfo San Jorge, destacando se como mergulhadoras e chefes, enquanto enfrentam machismo e desafios diários.
Jazmín de Francesco, antes de se lançar ao mar, em Playa Larralde, no dia 15 de agosto de 2023. (Foto: Sofia Lopez Manan)
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Mulheres estão desafiando normas de gênero na pesca no Golfo San Jorge, na Argentina. Jazmín e Anahí Defrancesco se destacam como mergulhadoras, enquanto Paola Signorelli e Carola Puracchio se sobressaem na captura de polvos e na gastronomia com algas. Jazmín, de trinta anos, utiliza unhas esculpidas para proteger as mãos durante a coleta de mariscos, uma atividade que realiza diariamente em Playa Larralde, na província de Chubut.
A presença feminina na pesca é crescente, embora ainda represente apenas 24% da mão de obra global no setor, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). No entanto, na atividade marítima, essa participação cai para apenas 2%. Em contraste, as mulheres têm se mostrado mais ativas na coleta de mariscos, onde trabalham lado a lado com os homens. Paula Ibarrola, pesquisadora da região, destaca que as mulheres sempre estiveram presentes, mas agora também se aventuram no mar.
Paola Signorelli, de quarenta e dois anos, aprendeu a capturar polvos com sua mãe, que a ensinou as técnicas necessárias. Em Camarones, Carola Puracchio, chef de cozinha, utiliza algas em seu projeto gastronômico, A-MAR, ressaltando os benefícios nutricionais desses alimentos. A presença feminina se estende também às plantas processadoras de pescado, onde muitas mulheres, como Mariana Fernández, de quarenta e cinco anos, desempenham papéis essenciais na classificação de produtos.
As mulheres enfrentam desafios, como a longa jornada de trabalho e a responsabilidade pelos cuidados familiares enquanto seus parceiros estão no mar. Lorena Rossi, psicóloga, observa que muitas mulheres lidam com a solidão e a ansiedade decorrentes da ausência dos companheiros. Apesar das dificuldades, elas valorizam a independência econômica que o setor pesqueiro proporciona, criando laços de solidariedade entre as trabalhadoras.
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