Faculdades adaptam ensino para atender demandas da geração Z no mercado de trabalho

Ally Wilkinson, estudante da Universidade Wake Forest, nos Estados Unidos, enfrenta o desafio de conciliar um emprego em tempo integral com as aulas do último ano. A geração Z, nascida entre 1997 e 2012, busca um equilíbrio entre vida profissional e pessoal, especialmente após a pandemia. Quando Wilkinson informa seus superiores sobre compromissos acadêmicos, eles a incentivam a ir, mas frequentemente demonstram irritação.

Faculdades estão reformulando seus currículos para melhor preparar os alunos para o mercado de trabalho. As instituições agora focam em habilidades práticas e no bem-estar mental, criando ambientes mais acolhedores. A pandemia resultou em uma falta de experiências presenciais, o que deixou muitos estudantes da geração Z sem habilidades sociais essenciais, como se manifestar em grupos ou interagir com superiores.

Estudos indicam que muitos jovens priorizam seu bem-estar mental e desejam discutir isso no ambiente de trabalho. Uma pesquisa da Intelligent.com de 2024 revelou que 51% dos gerentes estão frustrados com funcionários da geração Z, e 27% evitariam contratá-los. As faculdades, portanto, precisam ir além de feiras de emprego e simulações de entrevistas, oferecendo instruções explícitas sobre comunicação profissional e etiqueta no trabalho.

Mudanças nos Currículos

A Universidade Johns Hopkins, por exemplo, reformulou sua abordagem para ajudar os estudantes a encontrar satisfação pessoal em suas carreiras. O Centro Imagine, inaugurado em 2022, oferece um ambiente acolhedor, com espaços confortáveis e um foco no "design de vida". Os funcionários buscam entender as curiosidades dos jovens e ajudá-los a explorar suas paixões, desvinculando a identidade deles do conceito tradicional de sucesso.

A professora de sociologia Shannon Anderson, que leciona sobre planejamento de carreira, observa que muitos alunos precisam de orientações detalhadas. Ela afirma que o conhecimento sobre normas profissionais deve ser ensinado de forma clara, já que muitos estudantes não têm familiaridade com práticas comuns, como redigir e-mails formais.

Essas mudanças refletem uma nova realidade no mercado de trabalho, onde a geração Z exige ambientes que promovam seu bem-estar e desenvolvimento pessoal.