Evangélicos ucranianos clamam por paz em meio à guerra e à perseguição religiosa

A pesquisa do Razumkov Center revela que, antes da guerra, 62,7% da população ucraniana se identificava como cristãos ortodoxos, enquanto 10,2% eram católicos gregos. Desde o início do conflito em 22 de fevereiro de 2022, Maia Mikhaluk, esposa de um pastor evangélico, relata noites sem sono em Kiev, onde ora por proteção contra os ataques. Em entrevista à revista Christianity Today, ela expressa que a população está "cansada e pronta para a paz", mas critica os planos dos EUA para o cessar-fogo, que não garantem segurança contra novos ataques russos.

A Ucrânia, que conta com apoio americano e europeu, enfrenta desafios crescentes, especialmente após a interrupção da ajuda militar por Donald Trump. Apesar das dificuldades, muitos evangélicos mantêm suas rotinas e a fé, realizando cultos online e oferecendo abrigo em igrejas. Jon Eide, coordenador de apoio às igrejas ucranianas, destaca que as congregações continuam a se reunir, mesmo com a guerra em curso. Na cidade de Kherson, o pastor Vova Barishnev utiliza um dispositivo de detecção de drones para garantir a segurança dos fiéis durante os cultos.

Os cristãos ucranianos lembram que, em 1994, o país renunciou a armas nucleares em troca de promessas de proteção, que não foram cumpridas após a invasão russa em 2022. Desde então, cerca de 46.000 soldados e mais de 12.000 civis perderam a vida. A família Feier, que perdeu sua casa em Irpin, vive em um abrigo temporário e enfrenta a incerteza diária da guerra. Vasyl Feier expressa a dificuldade de planejar o futuro em meio ao caos, mas a fé permanece como um pilar de esperança.

Um documentário recente, "A Faith Under Siege", destaca a perseguição crescente aos evangélicos na Ucrânia, um aspecto frequentemente ignorado pela mídia ocidental. O produtor Colby Barrett enfatiza a coragem dos pastores que permanecem em áreas de conflito para ajudar suas comunidades. O missionário Christian Hickey, que ministra aos soldados, distribui Bíblias em áudio, reconhecendo o poder da palavra de Deus em tempos de crise. O documentário também serve como um apelo à oração e apoio aos cristãos ucranianos.