Cientistas explicam por que sonhamos e o que isso revela sobre nós
Estudos recentes destacam a relevância dos sonhos para a saúde mental e a criatividade, desafiando crenças antigas sobre o sono

Mikel Jaso (Foto: Reprodução)
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Sonhos: A Nova Compreensão sobre sua Importância para a Saúde
Pesquisas recentes revelam que os sonhos desempenham um papel crucial na regulação emocional e na criatividade, desafiando a visão histórica de que eram meras mensagens divinas. O sono REM, fase em que ocorrem os sonhos mais vívidos, é fundamental para a lembrança deles e para a saúde mental.
Historicamente, acreditava-se que o cérebro estava inativo durante o sono. No entanto, estudos demonstram que a atividade cerebral é intensa, especialmente durante o sono REM, que representa cerca de 20% do tempo total de sono. A neurofisiologista Ainhoa Álvarez explica que, após cerca de 90 minutos de sono, o corpo alterna entre fases não REM e REM, facilitando a lembrança dos sonhos ao acordar.
Um estudo não publicado realizado em um hospital espanhol indicou que 60% das pessoas que entraram em sono REM durante uma soneca lembraram de seus sonhos, em contraste com apenas 20% que permaneceram em sono profundo não REM. O neurologista Gerard Mayà destaca que a atividade cerebral em regiões específicas é maior em pessoas que frequentemente recordam seus sonhos.
Teorias sobre os Sonhos
Diversas teorias tentam explicar por que sonhamos. Uma delas sugere que os sonhos funcionam como uma simulação virtual, permitindo que testemos reações a situações de ameaça. Outra teoria, proposta pelo neurocientista Erik Hoel, sugere que os sonhos ajudam na generalização do aprendizado, promovendo um pensamento mais flexível e criativo.
Além disso, a teoria do "terapeuta noturno" sugere que os sonhos ajudam a processar emoções, especialmente as relacionadas à ansiedade. A amígdala, uma estrutura cerebral ligada ao processamento emocional, é altamente ativa durante o sono REM, contribuindo para a consolidação da memória emocional.
A Importância dos Sonhos para a Saúde
Embora o sono seja vital para a saúde, a verdadeira importância dos sonhos ainda é um mistério. O neurocirurgião Rahul Jandial questiona se, na verdade, o que precisamos é sonhar, não apenas dormir. Medicamentos antidepressivos, por exemplo, podem inibir o sono REM, reduzindo a chance de lembrança de sonhos elaborados.
A relação entre sonhos e saúde mental é complexa. O neurologista Mayà observa que, enquanto o sono REM representa apenas 20% do sono em adultos, nos recém-nascidos essa fase ocupa metade do tempo de sono, levantando questões sobre a capacidade de sonhar desde o nascimento.
A ciência do sono ainda está em desenvolvimento, e muitos aspectos sobre os sonhos permanecem desconhecidos. A busca por respostas continua, revelando a importância dos sonhos para a saúde e o bem-estar humano.
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