Inflação desacelera em janeiro com queda nos preços de commodities, aponta FGV

A inflação no Brasil apresentou uma desaceleração significativa em janeiro, conforme os dados do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-10) divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). A taxa subiu 0,53%, uma queda em relação ao 1,14% registrado em dezembro. Em doze meses, a alta acumulada é de 6,73%. O recuo nos preços de commodities, como soja, bovinos e leite in natura, foi um fator crucial para essa desaceleração, refletindo-se também no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que variou de 0,26% em janeiro após um recuo de 0,02% no mês anterior.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP, teve uma alta de 0,57% em janeiro, após um aumento de 1,54% em dezembro. Segundo André Braz, economista do FGV IBRE, a queda nos preços das commodities que pressionaram o IPA no final de 2023 começou a se refletir na inflação ao consumidor. Os itens que mais contribuíram para a desaceleração do IPA foram a soja, que passou de 1,08% para -5,00%, e os bovinos, que caíram de 7,22% para -4,19%.

No IPC, houve aumento em seis das oito classes de despesa, com destaque para Alimentação, que subiu de 1,12% para 1,41%, e Vestuário, que passou de -0,26% para 1,02%. O café em pó e o tomate foram os itens que mais se destacaram, com variações de 6,39% e 10,06%, respectivamente. Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também acelerou, subindo 0,74% em janeiro, em comparação a 0,42% em dezembro.

Além disso, o Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) mostrou uma nova desaceleração, com taxa de 0,18% na segunda semana de janeiro, em comparação a 0,34% na primeira. A maior queda foi no grupo Habitação, que teve uma redução de -1,46%, influenciada pela diminuição nas tarifas de energia devido ao bônus de Itaipu. Essa redução deve impactar a inflação de janeiro, que deve ficar abaixo da média dos últimos anos, enquanto a expectativa é de um aumento significativo em fevereiro. A previsão do IPCA para 2024 é de 5%, segundo o Boletim Focus.