12 de fev 2025
Edmar Bacha prevê queda da inflação e questiona postura do Banco Central sobre juros
A inflação brasileira está em 4,5%, acima da meta de 3%, segundo o BC. Edmar Bacha prevê que a queda do dólar pode acelerar a volta da inflação. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, pede cautela nas reações a volatilidades. Bacha sugere que juros podem ser menores em 2025, devido à nova projeção. A taxa de câmbio atual é de R$ 5,77, impactando as previsões de inflação.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (Foto: Roque de Sá/Agência Senado/Divulgação)
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Uma análise realizada por Edmar Bacha, economista que contribuiu para o Plano Real, sugere que a recente queda do dólar pode acelerar a redução da inflação brasileira, atualmente em 4,5%, em direção ao centro da meta de 3%. Bacha, que é diretor do Instituto de Estudos de Política Econômica da Casa das Garças, apresentou suas considerações durante um evento com o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em 12 de fevereiro de 2024. Ele argumentou que, com a atual cotação do dólar a 5,77 reais, a inflação pode atingir a meta até a segunda metade de 2026.
A projeção do Banco Central, conforme a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), estima que a inflação permanecerá acima da meta, encerrando 2026 em 4,2%. Essa previsão se baseia em uma taxa de câmbio de 6 reais por dólar, que era a média antes da última reunião do Copom. No entanto, a queda de mais de 6% no valor do dólar desde o início do ano pode alterar essa perspectiva, levando a inflação a se aproximar da meta mais rapidamente do que o previsto.
Bacha questionou Galípolo sobre a discrepância entre a projeção do BC e a realidade do câmbio, destacando que, se a ata fosse redigida hoje, a inflação poderia estar em 3% no terceiro trimestre de 2026. Em resposta, Galípolo enfatizou a necessidade de cautela do Banco Central em relação às flutuações do mercado, ressaltando que a instituição deve evitar reações precipitadas e focar na análise de dados ao longo do tempo.
Galípolo afirmou que o BC possui um planejamento definido até a próxima reunião e que é crucial distinguir entre sinais de mudança e ruídos do mercado. A interação entre Bacha e Galípolo ilustra a complexidade da política monetária e a importância de uma abordagem cuidadosa em tempos de volatilidade econômica.
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