21 de fev 2025
Inflação em alta: erros recorrentes ameaçam credibilidade do Banco Central
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera inflação de 4% a 5% normal. A meta de inflação atual é de 3%, definida pelo Conselho Monetário Nacional. A inflação média de 1995 a 2024 foi de 6,7% ao ano, acima da meta vigente. Expectativas de inflação para 2025 superam 5,5%, refletindo desconfiança pública. Aumento da taxa de juros é necessário para controlar a inflação elevada esperada.
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/VEJA.com)
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a inflação entre 4% e 5% é “relativamente” normal dentro do contexto do Plano Real. No entanto, essa declaração é considerada problemática, especialmente em relação à credibilidade do Banco Central. Historicamente, a inflação média de 1995 a 2024 foi de 6,7% ao ano, o que poderia justificar a afirmação, mas ignora que a meta atual é de 3%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que Haddad preside.
A meta de inflação foi reduzida gradualmente desde 2018, refletindo a insatisfação do país com o nível de 4,5%, que vigorou de 2005 a 2018. Ao normalizar a inflação próxima ao limite superior da meta, o governo passa a mensagem de que não leva a sério os objetivos estabelecidos. O ministro Wellington Dias também fez uma declaração semelhante, afirmando que uma inflação de 4,8% estava “praticamente” dentro da meta, o que é contestado, pois está 1,8 ponto percentual acima do limite.
As expectativas de inflação para 2025 já superam 5,5%, e essa tendência de alta pode se agravar, uma vez que a percepção de que o teto da meta é, na verdade, a nova meta se torna comum. Isso gera um ciclo vicioso, onde a expectativa de inflação elevada leva a um aumento real da inflação. Assim, a necessidade de desacelerar a atividade econômica para controlar a inflação se torna mais severa, exigindo uma elevação maior da taxa de juros.
A proposta de aumentar a meta de inflação, frequentemente sugerida em momentos de dificuldade, tende a falhar, pois renega o compromisso do governo com uma taxa específica, aumentando a incerteza sobre novas promessas. O autor do artigo, publicado na VEJA em 21 de fevereiro de 2025, expressa frustração com a repetição de argumentos antigos por agentes públicos, que não conseguem apresentar soluções novas para problemas econômicos recorrentes no Brasil.
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