10 de mar 2025
Mercado de trabalho brasileiro enfrenta distorções apesar do recorde de emprego formal
Brasil atinge menor taxa de desemprego da história, mas informalidade persiste. Sete estados têm mais da metade dos trabalhadores sem carteira assinada. Diferença salarial entre formais e informais caiu de 73% para 31% em 2024. Informais buscam flexibilidade, mas carecem de proteção e benefícios sociais. Políticas públicas são essenciais para formalizar e qualificar trabalhadores informais.
Levantamento mostra que em sete estados mais da metade dos trabalhadores são informais. (Foto: Guito Moreto/Agência O Globo)
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O mercado de trabalho brasileiro apresenta distorções e disfuncionalidades, conforme aponta uma reportagem do GLOBO, que destaca que, mesmo com o menor nível de desemprego da história em 2024, a informalidade ainda predomina em sete estados, onde mais da metade dos trabalhadores não possui carteira assinada. Um estudo do economista Rodolpho Tobler, do FGV Ibre, revela que a diferença salarial entre trabalhadores formais e informais caiu de 73% para 31%, mas isso não considera benefícios como FGTS e contribuições ao INSS, que são essenciais para a aposentadoria.
A informalidade, que se mantém acima de 50% em estados como Pará, Piauí e Maranhão, é impulsionada por fatores como baixa remuneração em empregos formais e a busca por flexibilidade. Apesar do aumento de empregos formais, especialmente no Norte e Nordeste, a estrutura econômica dessas regiões ainda está ligada à informalidade, segundo Tobler. Ele ressalta a importância de políticas públicas que busquem qualificar e formalizar esses trabalhadores.
A mudança na configuração do emprego informal nos últimos anos também é notável. Muitos trabalhadores, embora desejem a segurança do emprego formal, valorizam a flexibilidade que a informalidade oferece. A pesquisa da UFRJ indica que motoristas de aplicativos preferem a autonomia e a possibilidade de ganhos superiores ao salário mínimo. Johny Branco, ex-militar, exemplifica essa escolha ao optar por ser motorista de aplicativo, priorizando a liberdade e a remuneração.
Por fim, especialistas apontam que, apesar do recorde de empregos formais, o Brasil enfrenta desafios como a baixa produtividade e a necessidade de qualificação profissional. O professor João Saboia defende políticas que tornem o emprego formal mais atraente, como o aumento do salário mínimo e incentivos à formalização via MEI. Medidas que garantam segurança previdenciária e apoio financeiro podem transformar a informalidade em uma oportunidade sustentável, refletindo a crescente digitalização e o desejo de autonomia dos trabalhadores.
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