Empregadores planejam usar IA para reduzir funções, mas especialistas descartam 'apocalipse de empregos'

Um relatório do Fórum Econômico Mundial de 2025 revelou que 41% dos empregadores planejam reduzir suas equipes devido à inteligência artificial (IA), com 48% nos Estados Unidos. Contudo, Till Leopold, autor do estudo, afirma que isso não indica uma crise de emprego iminente, mas sim a necessidade de upskilling. O relatório aponta que 77% dos empregadores buscam capacitar seus funcionários para trabalhar ao lado da IA, enquanto 47% pretendem realocar trabalhadores de funções em declínio.

Leopold destaca que os empregos mais afetados são, em sua maioria, cargos de colarinho branco focados em tarefas repetitivas, como trabalho clerical e paralegal. Novas funções, como contabilidade e design gráfico, também estão em risco devido à evolução da IA. Ele prevê que as funções atuais dessas áreas não existirão em cinco anos, mas versões evoluídas delas surgirão. Outros estudos, como uma pesquisa da Universidade Duke, corroboram essa visão, indicando que 37% dos diretores financeiros já utilizam IA para tarefas antes realizadas por humanos.

Apesar do crescimento de empregos na área de IA, com um aumento de 68% nas ofertas desde o final de 2022, o setor de TI viu uma queda de 27% nas vagas. Empresas como Google realizaram demissões após investimentos em IA, embora nem todas as reduções sejam atribuídas à tecnologia. A demanda por habilidades em IA é especialmente alta em consultorias, onde empresas contratam especialistas para desenvolver ferramentas de IA.

A crescente adoção de IA ocorre em um contexto de desaceleração geral nas contratações. As empresas buscam eficiência, centralizando funções e eliminando cargos desnecessários. Embora a demanda por empregos em IA esteja alta, a incerteza sobre seu impacto em setores específicos persiste. Anil Gupta, da Universidade de Maryland, sugere que a adaptação ao uso de IA pode levar a uma transformação positiva no ambiente de trabalho, possivelmente resultando em uma jornada de trabalho mais curta no futuro.