28 de mar 2025
Liderança e lealdade: especialista critica a ideia de que trabalho deve ser prioridade na vida
Kalifa Oliver, ex vice presidente, agora é diretora global de experiência do funcionário na Ford e discute a importância de não se deixar definir pelo trabalho.
Kalifa Oliver (Foto: Reprodução)
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Kalifa Oliver, aos 41 anos, vivenciou uma reviravolta em sua carreira em 2022, quando foi promovida a vice-presidente de sua empresa. No entanto, apenas quatro meses depois, ela foi demitida de forma inesperada, o que a levou a uma profunda crise de identidade. Oliver, que se via como uma "carreira girl", percebeu que sua felicidade estava intimamente ligada ao trabalho, o que a deixou desorientada após a demissão. Em busca de autoconhecimento, ela participou de um retiro e consultou uma terapeuta, que a desafiou a refletir sobre sua identidade fora do ambiente profissional.
Atualmente, Oliver ocupa o cargo de diretora global de experiência do empregado na Ford e destaca que sua identidade vai além do título profissional. Ela enfatiza que a lealdade deve ser direcionada a relacionamentos pessoais, como casamento e amizades, e não a um empregador. Essa mudança de perspectiva é relevante, considerando que uma pesquisa de 2023 do Pew Research Center revelou que quatro em cada dez trabalhadores nos EUA consideram suas carreiras como parte fundamental de sua identidade, com esse número aumentando para 53% entre profissionais com pós-graduação.
A cultura de "família" promovida por algumas empresas pode intensificar essa dependência emocional, segundo Oliver. Ela cita exemplos de líderes como Brian Chesky, CEO do Airbnb, que, ao lidar com demissões durante a pandemia, reconheceu que a linguagem de amor utilizada em sua comunicação poderia ser mal interpretada. Chesky admitiu que a palavra "amor" é mais apropriada para relacionamentos pessoais, não para relações de trabalho, onde demissões são inevitáveis.
Danny Meyer, fundador do Shake Shack, também revisitou suas crenças sobre a cultura familiar nas empresas. Durante uma palestra, ele questionou a ideia de que empresas são como famílias, ressaltando que demissões são parte da realidade dos negócios. Ambos os líderes concordam que é desonesto afirmar que uma empresa é uma família, uma vez que as dinâmicas de trabalho e as relações pessoais são fundamentalmente diferentes.
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