03 de jun 2025
Trabalho remoto em declínio leva milhões a pedirem demissão em 2024
Quase 8,5 milhões de trabalhadores pedem demissão em 2024, rejeitando o retorno ao presencial por questões de segurança e qualidade de vida.
Foto: Reprodução
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Quase 8,5 milhões de trabalhadores deixaram seus empregos de forma voluntária em 2024, segundo dados do Ministério do Trabalho. A pesquisa, que abrangeu 53.692 demissionários, aponta que o retorno ao trabalho presencial foi um fator determinante para essa decisão.
Um levantamento global com 3,5 mil profissionais revelou que 33% dos executivos que voltaram ao escritório consideram deixar suas empresas. Os principais motivos incluem problemas de mobilidade, como longos deslocamentos, além de questões de segurança e qualidade de vida.
Histórias como a de Rael Souza, morador de Santo André (SP), ilustram essa tendência. Ele enfrentava quase cinco horas de deslocamento diário até o escritório e, após a exigência de retorno presencial, optou por pedir demissão e se tornar motorista de aplicativo. Rael busca agora juntar dinheiro para aprimorar seu inglês na Austrália.
A insatisfação com o modelo presencial é comum. Luciano Freitas, ex-líder em uma startup, também pediu demissão devido ao retorno ao escritório. Michelle Barbosa, recrutadora de tecnologia, afirma que não voltaria ao trabalho presencial, mesmo com aumento salarial, pois valoriza a qualidade de vida que o trabalho remoto proporciona.
A pesquisa do Datafolha revela que 86% das pessoas se sentem inseguras nas ruas, e três em cada quatro mulheres já sofreram assédio, muitas vezes dentro de transportes públicos. Esses fatores contribuem para a rejeição ao trabalho presencial, mesmo que isso implique perdas financeiras.
Empresas que mantêm o modelo remoto, como a Atlantic Tax & Advisory e o QuintoAndar, relatam aumento na produtividade e na retenção de talentos. A continuidade do home office é vista como uma vantagem competitiva no atual mercado de trabalho.
Por outro lado, gigantes como Amazon e Dell restringem o trabalho remoto, refletindo uma crescente demanda por vagas presenciais. A consultoria imobiliária JLL aponta que a taxa de vacância de imóveis comerciais está diminuindo, indicando um retorno ao modelo tradicional.
A resistência ao trabalho presencial é um reflexo das novas prioridades dos trabalhadores, que buscam equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A especialista Taís Targa destaca que muitos estão dispostos a abrir mão de cargos e salários elevados em troca de uma melhor qualidade de vida.
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