Renda fixa pode gerar ‘dividendos’ mensais com títulos públicos e crédito privado

A busca por renda passiva tem se tornado uma prioridade para muitos investidores brasileiros, que tradicionalmente recorrem a fundos imobiliários e ações. Contudo, os títulos de renda fixa estão ganhando destaque, especialmente com a taxa de juros em 13,25% ao ano. Esses ativos, que incluem títulos públicos e privados, oferecem pagamentos recorrentes, semelhantes aos dividendos da renda variável. Thiago Manso, gerente de vendas da XP, destaca que, ao contrário da renda variável, os pagamentos de juros na renda fixa são garantidos por contrato, proporcionando maior previsibilidade.

Para construir uma carteira de renda passiva com renda fixa, o investidor deve priorizar ativos que oferecem juros periódicos. O Tesouro Direto disponibiliza quatro títulos que pagam juros semestrais, sendo três atrelados à inflação e um prefixado. A combinação desses títulos com ativos de crédito privado, como debêntures e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), pode resultar em uma renda mensal consistente. Samer Serhan, da JiveMauá, recomenda focar em empresas com boa governança e informações públicas, especialmente nos setores de infraestrutura e energia.

Os investidores devem considerar três fatores ao montar sua carteira: o calendário de pagamentos de juros, o vencimento dos títulos e o rating de crédito das empresas. Serhan sugere que papéis indexados à inflação são preferíveis, e que a taxa de retorno não deve ser o único critério de escolha. Ele alerta que uma análise cuidadosa é essencial para garantir a previsibilidade da renda e a segurança do investimento.

Os principais riscos associados aos títulos de renda fixa incluem marcação a mercado e liquidez. Manso explica que esses riscos são menos preocupantes para quem pretende manter os títulos até o vencimento, pois o valor será corrigido pela inflação. O mercado de crédito privado, que cresceu significativamente, facilita a venda de papéis no mercado secundário. Serhan recomenda considerar fundos de crédito privado como uma alternativa mais segura para investidores menos experientes, pois oferecem gestão profissional e pagamentos recorrentes.