Economia

Peso argentino em crise: incertezas sobre acordo com o FMI geram turbulência econômica

Banco Central argentino vendeu 730 milhões de dólares para conter a desvalorização do peso, enquanto incertezas sobre acordo com o FMI aumentam a pressão no mercado.

Javier Milei na Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) realizada em Washington. (Foto: Brian Snyder/REUTERS)

Javier Milei na Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) realizada em Washington. (Foto: Brian Snyder/REUTERS)

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O peso argentino enfrenta uma semana difícil, com o Banco Central sendo forçado a vender 730 milhões de dólares de suas reservas para tentar estabilizar a moeda. A incerteza sobre um possível acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a falta de clareza nas ações do governo de Javier Milei têm gerado nervosismo entre os investidores. O presidente, que já indicou que o acordo pode ser finalizado apenas em abril, não conseguiu acalmar o mercado, que teme uma devaluação.

Os termos técnicos "crawling peg" e "carry trade" são cruciais para entender a situação econômica atual. O primeiro se refere à devaluação mensal de 1% do peso em relação ao dólar, enquanto o segundo descreve a prática de investidores que trocam dólares por pesos para obter rendimentos superiores à inflação. Desde a chegada de Milei ao poder, essa estratégia tem gerado lucros significativos, com ganhos de 50% em moeda forte nos primeiros dez meses de 2024.

A estratégia do governo de usar o crawling peg como âncora contra a inflação tem levado a uma sobrevalorização do peso, resultando em milhares de argentinos cruzando fronteiras para comprar produtos mais baratos. Milei, que desconsidera as críticas sobre o atraso cambial, enfrenta a pressão do FMI, que acredita que o atual sistema de câmbio não é sustentável. O governo tenta acalmar os ânimos com a aprovação de um decreto que permite a negociação com o FMI, mas a falta de clareza nas condições do acordo continua a gerar incertezas.

O FMI está preocupado com a possibilidade de que os novos recursos financeiros sejam usados para sustentar o peso em vez de quitar dívidas. A experiência anterior com o governo de Mauricio Macri, que recebeu um empréstimo de 44 bilhões de dólares e não conseguiu pagá-lo, ainda está fresca na memória. O mercado já considera o fim do crawling peg e a possibilidade de uma nova abordagem cambial, o que poderia provocar uma devaluação abrupta e gerar mais instabilidade.

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