Aumento de gastos com defesa na Europa impulsiona ações de empresas do setor em mais de 100%

Os estoques de defesa na Europa têm apresentado um crescimento significativo nos últimos meses, impulsionados por tensões geopolíticas que levam os governos a aumentar os investimentos em segurança nacional. Na Alemanha, a aprovação de uma reforma histórica da dívida abre caminho para um aumento substancial nos gastos com defesa, enquanto o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, promete elevar os investimentos britânicos na área. A União Europeia também planeja mobilizar até 800 bilhões de euros (cerca de 862,2 bilhões de dólares) para fortalecer a segurança regional. O índice de defesa e aeroespacial da Europa, o Stoxx, subiu cerca de 34% desde o início do ano, com analistas prevendo que algumas ações ainda têm potencial de valorização.

A Thyssenkrupp viu seu valor de mercado aumentar em aproximadamente 1,5 bilhão de dólares desde o anúncio do plano ReArm Europe da UE. A empresa está se preparando para desmembrar sua divisão de sistemas marinhos, que inclui a construção de submarinos e eletrônicos navais, e reportou um aumento de 50% nas encomendas no primeiro trimestre fiscal. Um porta-voz da empresa afirmou que as metas de política fiscal e de defesa devem resultar em mais pedidos para a indústria naval. A Citi manteve a recomendação de compra para a ação, destacando que a tendência de aumento nos gastos com defesa deve beneficiar as empresas do setor.

A Renk Group, contratante de defesa, anunciou um recorde de 1,4 bilhão de euros em pedidos, prevendo uma receita de 1,3 bilhão de euros para 2025 e 2 bilhões de euros até 2028. O crescimento de 23,2% na receita anual do ano passado levou o Deutsche Bank a elevar a classificação da ação para compra, com um aumento de 55% no preço-alvo. Por sua vez, a Rheinmetall espera um aumento de até 40% nas vendas de defesa este ano, prevendo grandes pedidos de clientes militares, e analistas da Bank of America projetam vendas de 30 bilhões de euros até 2029.

A Thales também se beneficiou do anúncio do plano de rearmamento, com um aumento de mais de 6 bilhões de dólares em sua capitalização de mercado. A empresa reportou crescimento em receita e lucro para 2024, com o CEO Patrice Caine afirmando que as iniciativas de defesa da UE reforçam a expectativa de um crescimento contínuo na área. O analista da UBS, Ian Douglas-Pennant, elevou a recomendação da ação para compra, aumentando o preço-alvo de 160 euros para 330 euros, prevendo um crescimento orgânico de vendas de 6-7% ao ano a longo prazo.