24 de jun 2025

Países emergentes se destacam e atraem investidores em meio à guerra comercial
Investidores buscam ativos de mercados emergentes, atraídos por altas taxas de juros e inovações tecnológicas, mesmo em meio a tensões globais.

Notas e moedas de real e dólar (Foto: Pedro Affonso - 18.dez.24/Folhapress)
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Moedas, ações e títulos de países em desenvolvimento estão superando os mercados globais em 2025, desafiando as tensões comerciais e um dólar forte. Um índice do JPMorgan, que mede títulos em moeda local, e o MSCI de ações emergentes cresceram cerca de 10% até agora, enquanto o MSCI World subiu apenas 4,8%.
Os investidores estão se voltando para esses mercados, buscando diversificação em meio a incertezas políticas nos EUA. Damien Buchet, diretor de investimentos da Principal Finisterre, afirmou que a dívida em moeda local dos mercados emergentes voltou a ser atraente. Apesar de um fluxo inicial de saídas de US$ 22 bilhões em fundos de ações e títulos emergentes, US$ 11 bilhões retornaram entre maio e junho.
Atração dos Mercados Emergentes
O apelo dos ativos emergentes é impulsionado por taxas de juros em níveis altos, que atraem investidores. Grant Webster, da Ninety One, destacou que as taxas ajustadas pela inflação estão nas máximas em duas décadas. Além disso, um dólar fraco aliviou a pressão sobre as moedas locais, permitindo que os bancos centrais cortassem juros para estimular o crescimento.
A tecnologia chinesa também tem atraído atenção. Nandini Ramakrishnan, da JPMorgan Asset Management, observou que a China está se destacando em inovações tecnológicas, o que torna o acesso a esses mercados emergentes ainda mais relevante. George Efstathopoulos, da Fidelity International, mencionou que está investindo em títulos brasileiros e vê potencial na Coreia do Sul, que está se recuperando de incertezas políticas.
Impacto das Condições Globais
Os mercados emergentes mantiveram seu desempenho positivo, mesmo diante de conflitos no Oriente Médio e do aumento dos preços do petróleo. Max Kettner, do HSBC, comentou que a narrativa atual é diferente da década de 2010, quando as preocupações fiscais eram mais relevantes nos mercados emergentes. Hoje, a atenção se volta para as dívidas nos mercados desenvolvidos, que apresentam desafios semelhantes.
A resiliência dos mercados emergentes é notável, especialmente em um cenário onde o aumento dos rendimentos dos Treasuries dos EUA não teve o impacto esperado sobre os ativos de risco. Kevin Daly, do Goldman Sachs, observou que a correlação entre esses ativos e os Treasuries se rompeu, refletindo uma nova dinâmica no mercado financeiro global.
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