Real se destaca com a terceira melhor valorização global em janeiro, enquanto dólar cai a R$ 5,83

O real apresentou uma recuperação significativa em janeiro de 2025, após ter encerrado 2024 com o segundo pior desempenho entre 33 moedas principais. Até as 12h20 do dia 31, a moeda brasileira valorizou-se em 6,06% em relação ao dólar, posicionando-se como a terceira melhor moeda do mês, atrás apenas do rublo russo e do peso colombiano. Em contraste, o peso argentino teve o pior desempenho, com uma desvalorização de 1,92%. A recuperação do real é atribuída, em parte, à expectativa de tarifas comerciais que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou para o México, Canadá e China, o que causou uma desaceleração na queda do dólar.

O dólar encerrou a sexta-feira, 31, em R$ 5,83, marcando a décima sessão consecutiva de queda, a maior sequência em sete anos. No acumulado de janeiro, a moeda americana teve uma desvalorização de 5,54%, a maior desde junho de 2023. O movimento de queda do dólar foi impulsionado por uma leitura de menor pressão global e pela expectativa de que as tarifas não seriam tão severas quanto inicialmente temido. Além disso, o aumento da taxa Selic pelo Banco Central do Brasil, que agora está em 13,25%, também contribuiu para a valorização do real, atraindo investidores estrangeiros.

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o dia em queda de 0,61%, aos 126.135 pontos, mas acumulou uma alta de aproximadamente 5,5% em janeiro, o melhor desempenho mensal desde agosto de 2024. O índice foi impactado por anúncios do Banco Central sobre um rombo de R$ 6,7 bilhões das estatais federais em 2024, o maior da série histórica. Apesar da queda no último dia do mês, o desempenho positivo do índice foi sustentado por uma entrada líquida de R$ 4,1 bilhões de investidores estrangeiros.

Os analistas destacam que, embora o cenário tenha melhorado, ainda existem incertezas, especialmente em relação às políticas tarifárias dos EUA e ao desempenho fiscal brasileiro. A expectativa é que a próxima semana traga mais volatilidade, com a divulgação de resultados financeiros de grandes empresas e a ata da última reunião do Copom, que poderá influenciar as decisões futuras sobre a taxa de juros.