Vendas de imóveis caem enquanto preços alcançam recorde histórico em janeiro

O mercado imobiliário dos Estados Unidos continua a enfrentar desafios, com potenciais compradores lidando com taxas de juros de hipoteca elevadas, preços altos e uma oferta limitada de imóveis. As vendas de casas usadas caíram 4,9% em janeiro em relação ao mês anterior, totalizando 4,08 milhões de unidades em uma base anualizada ajustada sazonalmente, conforme dados da National Association of Realtors (NAR). A expectativa dos analistas era de uma queda de 2,6%. Embora as vendas tenham sido 2% superiores a janeiro de 2024, ainda estão em níveis próximos ao menor patamar em 15 anos.

O economista-chefe da NAR, Lawrence Yun, destacou que as taxas de hipoteca não se alteraram nos últimos meses, apesar das reduções nas taxas de juros de curto prazo pelo Federal Reserve. Ele afirmou que, junto com os preços elevados das casas, a acessibilidade habitacional continua a ser um grande desafio. Em janeiro, havia 1,18 milhão de casas à venda, um aumento de 3,5% em relação a dezembro e 17% em relação a janeiro de 2024. Apesar do aumento no estoque, a oferta ainda representa apenas 3,5 meses de suprimento, enquanto um equilíbrio entre compradores e vendedores é considerado em 6 meses.

O preço médio das casas em janeiro foi de $396.900, um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior, marcando o maior preço já registrado para o mês. Todas as quatro regiões monitoradas pela NAR apresentaram ganhos de preço. Aproximadamente 15% das casas foram vendidas acima do preço de lista, número que se manteve estável em relação ao mês anterior e ao mesmo período do ano passado. Yun acrescentou que um aumento na oferta de imóveis permitiria que compradores qualificados entrassem no mercado, mas muitos consumidores ainda precisam de mais inventário e taxas de hipoteca mais baixas para adquirir uma nova casa ou se tornarem compradores de primeira viagem.

As ofertas em dinheiro representaram 29% das vendas, um número historicamente alto, mas inferior aos 32% do ano anterior. Os compradores de primeira viagem continuam a enfrentar dificuldades, representando 28% das vendas, um número que permanece inalterado em relação ao ano passado, mas bem abaixo da média histórica de cerca de 40%. As vendas estão se saindo significativamente melhor em faixas de preço mais altas, enquanto caem nas faixas mais baixas. Por exemplo, as vendas de casas entre $100.000 e $250.000 caíram 1,2% em relação ao ano anterior, enquanto as casas acima de $1 milhão aumentaram quase 27%. Os corretores relatam que o tráfego de compradores em janeiro foi fraco, com Yun comentando que, apesar de mais placas de venda, os compradores não estão aparecendo.