Demanda por hipotecas dispara após queda nas taxas de juros, mas pode ser passageira

Na última semana, as taxas de juros hipotecárias apresentaram uma queda significativa, resultando em um aumento de 20% nas aplicações de hipoteca, o maior índice desde setembro de 2024. De acordo com a Associação de Bancos Hipotecários, a taxa média para hipotecas fixas de trinta anos caiu de 6,70% para 6,61%, com pontos subindo de 0,62 para 0,63. Essa redução de 40 pontos base em relação ao mesmo período do ano passado incentivou muitos proprietários a refinanciar.

As solicitações de refinanciamento aumentaram 35% em relação à semana anterior e foram 93% superiores ao mesmo período do ano passado. Esse crescimento expressivo é em parte devido ao volume ainda baixo de refinanciamentos, o que torna qualquer aumento mais significativo. O tamanho médio dos empréstimos para refinanciamento também subiu, alcançando R$ 399,6 mil, o segundo maior valor registrado na pesquisa.

Além disso, as aplicações para compra de imóveis cresceram 9% na última semana, sendo 24% superiores ao mesmo período do ano passado. Essa demanda por compras atingiu o nível mais alto desde janeiro de 2024, apesar dos preços elevados e do aumento nas listagens disponíveis. A participação das hipotecas de taxa ajustável também subiu, representando 8,6% do total de aplicações, em comparação com 5,4% na semana anterior.

Entretanto, a tendência de aumento na demanda por hipotecas pode ser temporária, pois as taxas começaram a subir novamente no início desta semana. Um levantamento separado indicou um aumento de 25 pontos base nas taxas, revertendo a queda observada anteriormente. Matthew Graham, diretor de operações da Mortgage News Daily, destacou que a volatilidade pode continuar, mas a atenção deve estar voltada para os dados de inflação que serão divulgados nos próximos dias.