15 de abr 2025
Gestoras ajustam estratégias e projetam valorização do real em meio a incertezas globais
Gestoras brasileiras ajustam estratégias em meio a incertezas fiscais e tarifas dos EUA, prevendo real valorizado e Selic menos agressiva.
Onda vendedora nos mercados globais afetou os fundos hedge brasileiros que vinham construindo posições no exterior (Foto: Tuane Fernandes/Bloomberg)
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Gestoras de investimento no Brasil, como Adam, Legacy e Ibiúna, estão ajustando suas estratégias em resposta a um cenário econômico desafiador, marcado por incertezas fiscais e tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. As projeções indicam um real mais valorizado e uma Selic menos agressiva, com a expectativa de que a taxa básica de juros não chegue a 15% em 2025.
A Adam Capital observou que, apesar da saída líquida de US$ 7,5 bilhões do mercado de câmbio em março, o real teve um desempenho positivo, com valorização real efetiva de 4,7%. A gestora acredita que o Banco Central do Brasil não deve seguir todas as altas de Selic previstas pelo mercado, dada a necessidade de equilibrar o combate à inflação e a rolagem da dívida pública. A Genoa também reduziu suas posições em dólar, considerando que o choque tarifário dos EUA pode ter um efeito desinflacionário no Brasil.
A Ibiúna, por sua vez, optou por uma postura defensiva, reduzindo suas posições em juros nominais, enquanto a Legacy manteve sua posição vendida em dólar, apostando na valorização de moedas emergentes. A gestora acredita que as tarifas de Trump podem desacelerar a economia global e pressionar a inflação nos EUA, mas vê espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve apenas com sinais claros de desaquecimento do mercado de trabalho.
Os fundos brasileiros estão se posicionando para taxas de juros mais baixas, refletindo preocupações com uma recessão global. A Verde Asset Management aumentou sua exposição a títulos locais vinculados à inflação, enquanto a Adam registrou seu pior mês desde 2022, devido à sua exposição ao mercado norte-americano. A volatilidade nos mercados globais e os riscos fiscais crescentes estão levando os fundos a reduzir suas apostas em ações e a se posicionar para um dólar mais fraco.
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