22 de abr 2025
Fusões e aquisições no setor financeiro somam US$ 50 bilhões em meio à turbulência global
Fusões e aquisições no setor financeiro somam US$ 50 bilhões, desafiando a queda nas negociações em meio à guerra tarifária. Acelerada busca por escala e novas capacidades marca o cenário atual.
A Global Payments, uma empresa que ajuda a processar transações com cartões de crédito, comprou em 17 de abril a rival Worldpay por mais de US$ 24 bilhões em um dos maiores negócios do ano. (Foto: Bloomberg)
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Fusões e aquisições no setor financeiro desafiam cenário global de incertezas
Uma onda de fusões e aquisições no setor financeiro global, com volume de cerca de US$ 50 bilhões, contrasta com a queda nas negociações causada pela guerra tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump. A movimentação estratégica ocorre em um período de cinco dias, envolvendo empresas da Europa, Ásia e América do Norte.
A Global Payments adquiriu a Worldpay por mais de US$ 24 bilhões, em um dos maiores negócios do ano. Simultaneamente, a empresa vendeu uma unidade por US$ 13,5 bilhões, incluindo dívidas. A Nomura, por sua vez, comprou negócios de gestão de ativos do Macquarie Group nos EUA e na Europa por US$ 1,8 bilhão, a maior aquisição da corretora japonesa no exterior desde 2008.
A Helvetia e a Baloise anunciaram sua fusão, formando o segundo maior grupo de seguros da Suíça, um dos maiores negócios do setor financeiro europeu em 2025. O volume de aquisições no setor financeiro quase quadruplicou em relação ao mesmo período de 2024, apesar da queda geral de 9% nas fusões e aquisições em todos os setores em abril.
Atividade estratégica em meio à turbulência
De acordo com Vincent Bounie, diretor administrativo sênior da Fenchurch Advisory, há um aumento nos níveis de atividade estratégica. Bancos, gestores de ativos e seguradoras buscam alocar melhor o capital diante da queda das taxas e dos desafios geopolíticos. Gestores de dinheiro de médio porte enfrentam pressão para buscar escala e desenvolver recursos de mercados privados.
Outros negócios de destaque incluem a compra da OSTTRA pela KKR por US$ 3,1 bilhões e a venda do negócio de seguros de automóveis nos EUA pelo Admiral Group. Na Itália, o UniCredit busca o Banco BPM e o Commerzbank, enquanto o Banco Monte dei Paschi di Siena oferece-se para adquirir o Mediobanca. O Banco Santander avalia a venda de sua participação de 62% em sua unidade polonesa, estimada em US$ 8 bilhões.
Consolidação e adaptação às mudanças do mercado
Christian Edelmann, sócio-gerente da Oliver Wyman, explica que os negócios respondem a forças estruturais do setor, como a necessidade de escala, excesso de capacidade e a busca por novas capacidades. Apesar da incerteza causada pelas tarifas, muitas empresas veem os eventos atuais como uma fonte de volatilidade de curto prazo, não como uma mudança fundamental em sua direção estratégica.
A velocidade na conclusão dos acordos é crucial, como exemplificado pela aquisição da Esure Group pela Ageas por £1,3 bilhão (US$ 1,7 bilhão). A consolidação no setor financeiro é vista como uma tendência há muito esperada, com bancos buscando foco regional e aproveitando o cenário de flexibilização dos bancos centrais. Emma Matebalavu, do Clifford Chance, destaca o interesse crescente em parcerias entre capital privado e outras instituições financeiras, impulsionado pela demanda por ativos de crédito privado.
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