Economia

Tarifas elevam custos de construção em até 20%, alerta CEO da Related Group

Construtores em Miami elevam preços em até 20% por temor de tarifas, afetando o mercado imobiliário e a confiança de compradores.

Jon Paul Pérez, CEO do Related Group. (Foto: Cortesia de Future Proof e Triangle BLVD)

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Os preços dos projetos imobiliários estão subindo, com aumentos de até 20% por parte de empreiteiros, em resposta a possíveis tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos. O CEO da Related Group, Jon Paul Pérez, destacou que os 25% de tarifas sobre produtos como aço e alumínio, provenientes de Canadá e México, estão gerando incertezas que impactam os custos de construção. Os empreiteiros estão inflacionando suas propostas, prevendo custos mais altos, o que pode pressionar ainda mais o já elevado mercado imobiliário.

Pérez mencionou que, durante as negociações, é comum encontrar empreiteiros adicionando uma "cobertura" em suas estimativas para se protegerem contra as tarifas. Essa prática pode resultar em um aumento significativo nos preços dos imóveis, com uma pesquisa da National Association of Home Builders indicando que os custos de materiais de construção podem elevar o preço de uma casa típica em até R$ 9.200. A Related Group, uma das maiores desenvolvedoras dos EUA, está atualmente envolvida em mais de 90 projetos em diversas fases de desenvolvimento.

Além das tarifas, a política de imigração do governo Trump também pode afetar os custos no setor de construção, que depende fortemente de trabalhadores estrangeiros. Jorge Pérez, fundador da Related Group, afirmou que a perda desses trabalhadores terá um efeito inflacionário no setor. Apesar das preocupações, o mercado de alto padrão em locais como a Flórida continua robusto, com vendas de imóveis de luxo, como penthouses em Fisher Island, alcançando R$ 150 milhões.

No entanto, o segmento de mercado intermediário, que inclui condomínios na faixa de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões, está mais cauteloso devido às incertezas relacionadas às tarifas e políticas de imigração. Pérez observou que compradores de países como Canadá e América Latina estão hesitando, com alguns desistindo de contratos devido a preocupações sobre as tarifas e a imigração. Ele acredita que essa situação deve se estabilizar com o tempo.

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