Economia

Apostas em 'la bolita' crescem em meio à crise econômica em Cuba

A crise econômica em Cuba impulsiona o aumento das apostas em "la bolita", uma loteria clandestina que se adapta à realidade desesperadora da população.

'La bolita', uma loteria clandestina que multiplica seus adeptos em meio à forte crise econômica em Cuba, sobreviveu a 66 anos de proibição na ilha comunista. (Foto: ADALBERTO ROQUE / AFP)

'La bolita', uma loteria clandestina que multiplica seus adeptos em meio à forte crise econômica em Cuba, sobreviveu a 66 anos de proibição na ilha comunista. (Foto: ADALBERTO ROQUE / AFP)

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Aumento de Apostas Clandestinas em Cuba Reflete Crise Econômica

Havana – Em meio à severa crise econômica que atinge Cuba, com escassez de alimentos, medicamentos e inflação crescente, a loteria clandestina conhecida como “la bolita” tem visto um aumento significativo no número de apostadores. A informação foi divulgada por Carlos, um “apontador” da loteria, que atua em Havana Velha há duas décadas.

Segundo Carlos, que preferiu não ter o nome completo divulgado, a população cubana está recorrendo cada vez mais a jogos de azar como forma de lidar com a desesperança diante da crise. A loteria, que se baseia nos resultados de loterias dos Estados Unidos, ganhou popularidade com a expansão do acesso à internet móvel em 2018.

Apesar de ilegal, “la bolita” sobrevive há 66 anos em Cuba, operando através de uma rede de “apontadores”, “coletores” e “banqueiros”. O sistema é baseado na confiança e movimenta milhões de pesos diariamente. O salário médio em Cuba gira em torno de 5 mil pesos (R$ 246), o que leva muitos a buscar na sorte uma alternativa para complementar a renda.

Rubén, um jogador de 32 anos, relata que as pessoas agora perguntam sobre os números sorteados antes mesmo de cumprimentar. Contudo, ele alerta para os riscos da ludopatia e do endividamento. Em contraste, Rogelio, de 47 anos, teve um golpe de sorte recente, ganhando 270 mil pesos (R$ 13.200) em duas semanas, o equivalente a 61 salários mínimos.

A loteria se adapta à cultura local, utilizando a “charada cubana”, um sistema de interpretação numérica de sonhos e situações. Durante o governo de Fidel Castro, o número 1 era frequentemente apostado quando o líder aparecia em público, pois era associado ao cavalo, como era conhecido.

A popularidade crescente de “la bolita” é um reflexo da difícil situação econômica em Cuba, onde a população busca alternativas para sobreviver em meio à escassez e à inflação. A loteria, apesar de ilegal, se tornou uma válvula de escape para muitos cubanos.

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