29 de mai 2025
Fintechs e criptomoedas oferecem alternativas para remessas de migrantes latino-americanos
Fintechs e criptomoedas emergem como alternativas para migrantes latino americanos enfrentarem imposto de 3,5% sobre remessas nos EUA.
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Os migrantes latino-americanos enfrentam um novo desafio financeiro com a proposta de imposto de 3,5% sobre remessas nos Estados Unidos, parte do pacote legislativo do presidente Donald Trump. Essa medida afeta diretamente as finanças familiares na região, levando muitos a buscar alternativas.
Fintechs e plataformas de criptomoedas estão se destacando como soluções para minimizar o impacto desse imposto. Erick Rincón Cárdenas, diretor do TicTank na Universidade del Rosario, afirmou que essas tecnologias oferecem custos de transação mais baixos e transferências quase instantâneas. Em 2023, a América Latina recebeu US$ 161 bilhões em remessas, um aumento de 5% em relação ao ano anterior, segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O México é particularmente vulnerável, recebendo 96% de suas remessas dos Estados Unidos. Rincón Cárdenas destacou que as plataformas de criptomoedas e stablecoins estão se tornando populares entre migrantes que buscam otimizar suas transferências. Stablecoins permitem manter o valor sem a volatilidade do bitcoin, enquanto fintechs tradicionais oferecem interfaces mais amigáveis.
Alternativas Emergentes
Em 2022, o custo médio para enviar US$ 200 para a América Latina foi de 5,8%. Esse valor é superior ao do Leste Asiático, mas inferior ao do Oriente Médio. Além do imposto, empresas como Western Union e MoneyGram já cobram taxas de 5% a 10% sobre remessas. A fintech argentina Ualá, por exemplo, não cobra taxas para receber remessas do exterior, desde que não excedam MX$ 21.990 por mês.
A plataforma chilena Global66 oferece um processo interno que carrega valores em uma carteira virtual, com uma taxa de 2,8%, enquanto a média de mercado é de 6,2%. A exchange Bitso, no corredor México-EUA, gerenciou 10% do volume total de remessas em 2024, totalizando quase US$ 6,5 bilhões.
Desafios e Oportunidades
Apesar das vantagens, Rincón Cárdenas alertou para os desafios, como a volatilidade das criptomoedas e as barreiras tecnológicas. A demanda por dólares é alta, especialmente em países com economias instáveis, como Venezuela e Argentina. A América Latina representou 9,1% do valor global recebido em criptomoedas entre julho de 2023 e junho de 2024, totalizando US$ 415 bilhões.
O número de startups de tecnologia financeira na região cresceu de 703 em 2017 para 3.069 em 2023, refletindo a demanda por soluções financeiras. Os segmentos de pagamentos e remessas representam 21% dos negócios, seguidos por empréstimos e gestão financeira.
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