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Samba-manifesto clama por justiça e denuncia violência contra a juventude negra

Elinas lança videoclipe da canção "Luiz Gama (Pra Que a Gente Reaja)", abordando a violência policial e a luta por território da juventude negra.

Mãos de um sambista negro tocando pandeiro (Foto: USP Imagens)

Mãos de um sambista negro tocando pandeiro (Foto: USP Imagens)

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Nascida durante um trajeto de ônibus em Salvador, a música "Luiz Gama (Pra Que a Gente Reaja)", de Elinando Pereira, conhecido como Elinas, acaba de ganhar um videoclipe. Lançado em 21 de junho, o clipe marca o amadurecimento artístico do compositor e sua pesquisa sobre musicalidades afro-diaspóricas, além de abordar a luta por território e a violência policial.

A canção, lançada há dez anos, reflete sobre a violência histórica enfrentada pela juventude negra no Brasil. Elinas, aluno do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da ECA da USP, destaca que a motivação para o videoclipe está ligada à sua trajetória de pesquisa e à necessidade de dar voz a questões sociais. A música é um desabafo sobre memórias pessoais e coletivas, resultantes de experiências com violência policial e a luta por liberdade.

Elinas menciona a Chacina do Cabula, ocorrida em 2015, como uma das inspirações para a letra. A operação policial resultou na morte de 12 jovens negros, evidenciando a brutalidade do Estado. O artista afirma que sua música busca articular denúncia e memória, convidando o ouvinte a reagir. O termo "reaja" remete a movimentos da juventude negra, como o "Reaja, ou Será Morto".

Influências e Reflexões

A mudança de Elinas para São Paulo ampliou sua percepção sobre as conexões entre sua história e a de Luiz Gama, que também deixou a Bahia. Ele observa que as sonoridades de Salvador e São Paulo revelam visões distintas do mundo. Enquanto a música baiana é profundamente ligada à ancestralidade e religiosidade, a paulista se orienta mais para o futuro, influenciada por estilos como funk e hip-hop.

Atualmente, Elinas reflete sobre a luta por território como um tema central. Ele menciona a disputa por terras quilombolas e a violência nas grandes cidades como questões prementes. O assassinato de Mãe Bernadete, liderança quilombola, exemplifica os riscos enfrentados por vozes negras. O artista considera a ocupação do território uma forma de controle, refletindo sobre como isso poderia inspirar suas futuras composições.

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