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Comida resgata memórias e fortalece resistência em tempos de guerra

Hawa Hassan revela em seu novo livro como a comida preserva identidades culturais entre imigrantes, mesmo em tempos de conflito.

Iftar, o desjejum dos muçulmanos: em Gaza, a comida dá força aos sobreviventes (Foto: Ali Jadallah/Anadolu/Getty Images)

Iftar, o desjejum dos muçulmanos: em Gaza, a comida dá força aos sobreviventes (Foto: Ali Jadallah/Anadolu/Getty Images)

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Hawa Hassan, chef de cozinha e imigrante somali, lançou o livro Setting a Place for Us, que aborda como a comida preserva identidades culturais entre imigrantes. A obra destaca tradições culinárias de diversos países, ressaltando sua importância em tempos de conflito.

Nos anos 1990, a Somália enfrentou uma grave crise com a queda do presidente Siad Barre, resultando em uma guerra civil devastadora. Civis foram mortos em massa e muitos, como Hassan, abandonaram o país em busca de segurança. Ao longo de sua jornada pela Europa até os Estados Unidos, Hawa percebeu que as receitas familiares eram um poderoso vínculo com sua terra natal.

A comida é uma ferramenta de resistência, afirma Hassan. Em seu livro, ela resgata tradições de oito países, incluindo Egito e Iémen, mostrando como as refeições podem unir pessoas distantes de suas origens. A autora destaca que a gastronomia é um registro da agitação dos tempos de guerra e um talismã reconfortante.

Gastronomia como Identidade

Em Gaza, sobreviventes do conflito entre Hamas e Israel utilizam a comida para resistir à fome, compartilhando pratos tradicionais. Na Ucrânia, feiras de produtos artesanais em meio à guerra valorizam técnicas culinárias locais. Em São Paulo, o restaurante Shakshuka preserva a cultura judaica da Líbia, oferecendo receitas adaptadas que mantêm vivas as memórias da comunidade.

A comida também serve como conexão para imigrantes que buscam melhores condições de vida. O historiador Diogo Bercito, em seu livro Brimos à Mesa, ressalta que, para muitos descendentes de árabes no Brasil, as receitas familiares são o único laço com suas origens. Mesmo sem falar árabe, eles mantêm vivas as tradições culinárias.

A gastronomia é uma memória viva, desafiando guerras e o tempo. Hawa Hassan e outros imigrantes mostram que, por meio da comida, é possível preservar identidades e fortalecer laços culturais, mesmo em meio a adversidades.

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