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Tráfico humano na Ásia: brasileiros revelam horror de aliciamento e tortura

Dois brasileiros foram resgatados de tráfico humano em Mianmar, revelando um esquema de 100 mil reféns. Luckas Viana dos Santos, aliciado com proposta falsa, enfrentou torturas severas. Máfia chinesa utiliza redes sociais para recrutar vítimas, criando aparência de legitimidade. Complexos de trabalho são controlados por autoridades locais, sem sistema de Justiça. Golpes financeiros aplicados envolvem relacionamentos amorosos e investimentos fraudulentos.

À esquerda, o brasileiro Phelipe de Moura Ferreira em meio a outros estrangeiros vítimas de tráfico humano em "fábrica de golpes" comandada pela máfia chinesa em região isolada de Mianmar (Foto: Arquivo pessoal)

À esquerda, o brasileiro Phelipe de Moura Ferreira em meio a outros estrangeiros vítimas de tráfico humano em "fábrica de golpes" comandada pela máfia chinesa em região isolada de Mianmar (Foto: Arquivo pessoal)

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O caso de dois brasileiros que foram vítimas de tráfico humano em Mianmar levanta preocupações sobre um esquema criminoso que mantém cerca de 100 mil pessoas reféns no país. Esse tráfico alimenta uma rede trilionária de fraudes financeiras, com aliciadores ligados à máfia chinesa que oferecem empregos falsos a jovens estrangeiros nas redes sociais. O Relatório Nacional Sobre Tráfico de Pessoas de 2024, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), revela que o recrutamento ocorre em plataformas como Facebook, Instagram e Tinder.

Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, foi aliciado após um processo seletivo que parecia legítimo, com entrevistas e apresentação de vídeo. Ele recebeu uma proposta de trabalho em atendimento ao cliente, com um salário de US$ 1.500 mensais, além de alimentação e hospedagem. Após aceitar a oferta, Luckas foi transportado por um motorista em um trajeto que se tornou suspeito, culminando em sua chegada a um local de trabalho onde teve seus documentos confiscados e foi agredido.

O local para onde Luckas foi levado integra o Triângulo de Ouro, uma região dominada pela máfia chinesa, onde mais de 200 mil jovens estrangeiros são explorados. A diretora da Exodus Road, Cintia Meirelles, afirma que a área é marcada pela ausência de um sistema de Justiça e pela conivência de autoridades locais, permitindo que a máfia opere sem restrições. Luckas descreve o complexo como cercado por montanhas e com aparência de prisão, onde as vítimas são forçadas a trabalhar em fraudes financeiras.

As vítimas, sob ameaças, eram obrigadas a trabalhar até 17 horas por dia aplicando golpes em estrangeiros. Luckas relata que seguia um roteiro para convencer clientes a investir em esquemas fraudulentos de criptomoeda. Os golpes variam, mas incluem fraudes amorosas e investimentos em criptomoedas, com punições severas para aqueles que não cumpriam as regras. Meirelles destaca que o tráfico humano é apenas um meio para a máfia lucrar com crimes diversos, formando uma poderosa organização criminosa que colabora com outras para lavagem de dinheiro.

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