23 de mar 2025
Tráfico humano: brasileiros enfrentam torturas em centrais de golpes no Sudeste Asiático
Cresce o tráfico humano no Brasil, com brasileiros resgatados em Mianmar revelando torturas em centrais de golpes cibernéticos.
Vítimas resgatadas em Myanmar (Foto: The Exodus Road/Reprodução)
Ouvir a notícia:
Tráfico humano: brasileiros enfrentam torturas em centrais de golpes no Sudeste Asiático
Ouvir a notícia
Tráfico humano: brasileiros enfrentam torturas em centrais de golpes no Sudeste Asiático - Tráfico humano: brasileiros enfrentam torturas em centrais de golpes no Sudeste Asiático
A rotina de privações e abusos enfrentada por vítimas do tráfico humano e do trabalho escravo moderno nas centrais de golpes cibernéticos na Ásia é alarmante. Cíntia Meirelles, diretora da ONG The Exodus Road no Brasil, destaca que as condições são desumanas, com prisioneiros submetidos a torturas, como choques elétricos e longas jornadas de trabalho, que podem chegar a 20 horas diárias. Muitos são atraídos por falsas promessas de emprego e acabam endividados, sendo forçados a trabalhar em call centers de crimes cibernéticos.
Os países do Sudeste Asiático, como Mianmar, Camboja e Laos, se tornaram destinos para pessoas em busca de oportunidades, mas que frequentemente caem em armadilhas de tráfico. Luckas Viana dos Santos, um brasileiro resgatado, relatou que ele e outros eram obrigados a se passar por modelos em conversas online, manipulando homens para que enviassem dinheiro. As condições de trabalho eram insalubres, e a violência era uma constante, com punições severas para aqueles que não cumpriam as metas.
A situação é ainda mais grave, com estimativas de que cerca de 300 mil vítimas estejam presas nessas operações. As vítimas, muitas vezes sem comunicação com o exterior, enfrentam um ciclo de medo e violência, levando a casos de suicídio. A ONG e as autoridades alertam que a exploração se intensificou, com um aumento no número de inquéritos sobre tráfico humano no Brasil, que dobrou em dois anos.
Fabiana Santos Magante, conhecida como Fabi Filipinas, é acusada de recrutar brasileiros para essas armadilhas, oferecendo empregos em telemarketing com salários atrativos. No entanto, muitos acabam em situações de escravidão, como os casos de Luckas e Phelipe, que foram resgatados após alertar suas famílias. A Polícia Federal investiga um aumento no aliciamento de brasileiros para o Sudeste Asiático, onde as vítimas enfrentam abusos físicos e trabalho forçado em atividades ilícitas.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.