01 de jul 2025

Síndrome de Estocolmo: entenda a origem do fenômeno psicológico fascinante
Clark Olofsson, figura central do assalto ao Kreditbanken, faleceu aos 78 anos, reavivando o debate sobre a Síndrome de Estocolmo.

Clark Olofsson ao ser capturado pelas autoridades (Foto: Reprodução/Arquivo das Autoridades Judiciais dos EUA)
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A manhã de 23 de agosto de 1973 marcou um ponto de virada na vida de Kristin Ehnmark, então com 26 anos, durante um assalto ao Kreditbanken em Estocolmo. O assaltante, Jan Erik Olsson, invadiu o banco armado, fazendo Kristin e três colegas reféns. O que se seguiu foi um evento que se tornaria emblemático na criminologia: o surgimento da Síndrome de Estocolmo.
Olsson, que havia escapado da prisão, exigiu um resgate que incluía dinheiro e a libertação de seu cúmplice, Clark Olofsson. Durante os seis dias de cativeiro, os reféns começaram a desenvolver um vínculo emocional com seus captores, surpreendendo a todos. Kristin, em um momento crucial, contatou o primeiro-ministro sueco, Olof Palme, pedindo que atendesse às exigências dos sequestradores, afirmando confiar mais neles do que nas autoridades.
O Impacto Psicológico
O caso, conhecido como o "roubo de Norrmalmstorg", foi o primeiro crime televisionado na Suécia, mantendo o país em suspense. As câmeras registraram a tensão do lado de fora, enquanto dentro do cofre, os reféns justificavam as ações dos sequestradores. Kristin descreveu um momento perturbador em que Olsson ameaçou ferir um refém, e ela respondeu com uma calma surpreendente.
O cativeiro terminou após seis dias, quando a polícia usou gás lacrimogêneo para forçar a rendição dos criminosos. Olsson foi condenado a 10 anos de prisão, enquanto Olofsson foi absolvido. Apesar da libertação dos reféns, o impacto emocional foi profundo, levando Kristin a uma longa jornada de compreensão do que ocorreu durante aqueles dias.
Repercussões e Legado
O termo "Síndrome de Estocolmo" foi criado pelo psiquiatra Frank Ochberg, que definiu a resposta psicológica em que vítimas desenvolvem laços com seus sequestradores. O caso foi amplamente analisado e retratado na mídia, incluindo a minissérie "Clark" da Netflix, que reacendeu o interesse por Olofsson. Recentemente, Olofsson faleceu aos 78 anos, após uma doença prolongada, conforme confirmado por sua família.
Cinco décadas após o assalto, o "roubo de Norrmalmstorg" continua a ser um estudo de caso fascinante sobre a complexidade da mente humana e suas reações em situações extremas. Kristin Ehnmark, agora na casa dos setenta, reflete sobre a experiência com uma mistura de alívio e admiração, reconhecendo a profundidade do que vivenciou.
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