Emissões de gases do efeito estufa atingem novo recorde em 2024; responsabilidade é complexa

As projeções para 2024 indicam que as emissões globais de gases de efeito estufa devem atingir um novo recorde, totalizando 37,4 bilhões de toneladas métricas de dióxido de carbono, um aumento de 0,8% em relação ao ano anterior, conforme o relatório anual do Global Carbon Budget. A China continua a ser o maior poluidor do mundo, emitindo cerca de duas vezes mais gases de efeito estufa do que qualquer outro país, com o setor de energia, fortemente dependente do carvão, sendo a principal fonte de emissões. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição, seguidos pela Índia, enquanto a soma das emissões dos 27 países da União Europeia vem em seguida, seguida por Rússia e Japão.

Entretanto, analisar apenas as emissões atuais não reflete toda a responsabilidade climática de um país. O dióxido de carbono permanece na atmosfera por centenas de anos, o que significa que as emissões históricas também são relevantes. Até 2023, os Estados Unidos foram responsáveis por cerca de 24% de toda a poluição climática, enquanto a China, em segundo lugar, contribuiu com 14%. Em 2023, a China superou os estados membros da UE em termos de emissões históricas, e suas emissões continuam a crescer, ao passo que as dos EUA e da UE estão em declínio moderado.

A análise das emissões per capita revela outra dimensão da responsabilidade climática. Países com populações menores e economias dependentes de petróleo, como Arábia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, apresentam as maiores emissões per capita. Entre as nações maiores, a Austrália lidera, seguida pelos EUA e Canadá. Em contraste, as emissões per capita da China são pouco mais da metade das dos EUA, enquanto as da Índia são uma fração ainda menor. Essa compreensão é vital, especialmente em meio às negociações em andamento, como a COP29 em Baku, sobre como ajudar os países em desenvolvimento a financiar ações contra as mudanças climáticas.

Embora a China seja o maior emissor atualmente, a análise das contribuições históricas e das emissões per capita sugere que países como os EUA, Reino Unido e membros da UE devem ter um papel destacado nas discussões sobre financiamento climático. A complexidade da responsabilidade pelas emissões torna claro que a solução para a mudança climática requer a colaboração de todos, já que todos compartilham a mesma atmosfera e sentirão os efeitos de um clima em transformação.