23 de abr 2025
Desastres hidrológicos no Brasil: 32% dos municípios sem drenagem adequada
Estudo revela que 32,49% dos municípios brasileiros carecem de drenagem, enquanto investimentos em prevenção são insuficientes para 2033.
Alagamento em rua de Pelotas, no Sul do RS (Foto: Reprodução/RBS TV)
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Brasil enfrenta grave déficit em sistemas de drenagem e prevenção de desastres
Entre 1991 e 2023, 3.464 pessoas perderam a vida em desastres relacionados a deslizamentos e enchentes no Brasil. Apesar dos investimentos, um estudo inédito aponta que 32,49% dos municípios brasileiros não possuem sistemas de drenagem de água da chuva. A pesquisa, do Instituto Trata Brasil, analisou dados de 2023 e revelou a urgência de aprimorar a infraestrutura para lidar com eventos hidrológicos extremos.
O estudo, baseado no Diagnóstico Temático do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (SINISA), considerou a participação de 4.958 municípios, representando 89,0% do total nacional e 95,1% da população. A análise detalhada revelou que apenas 3,2% dos municípios implementaram sistemas de tratamento de águas pluviais, essencial para reduzir os impactos ambientais.
Infraestrutura precária e falta de planejamento
A pesquisa também aponta que, embora 78,2% das vias públicas urbanas sejam pavimentadas, apenas 33,5% contam com redes ou canais pluviais subterrâneos. Além disso, somente 5,3% dos municípios possuem Planos Diretores de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais (PDD), ferramenta crucial para o planejamento estratégico e a mitigação de riscos.
Entre 2021 e 2023, foram investidos R$ 26,7 bilhões em drenagem e manejo de águas pluviais urbanas (DMAPU), uma média de R$ 8,9 bilhões por ano. No entanto, o valor é insuficiente para universalizar os serviços até 2033, exigindo um investimento adicional de R$ 196,6 bilhões. O Ministério das Cidades estima que são necessários R$ 22,3 bilhões para alcançar a universalização.
Riscos aumentam com as mudanças climáticas
O estudo alerta que cerca de 50% dos municípios brasileiros enfrentam riscos alto e muito alto em relação a eventos hidrológicos extremos até 2030. As mudanças climáticas, com o aumento da frequência e intensidade das chuvas, agravam ainda mais a situação, tornando a prevenção e o investimento em infraestrutura ainda mais urgentes. A pesquisa ressalta a importância de políticas públicas eficazes para proteger a população e reduzir os prejuízos causados por desastres naturais.
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