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Sobreviventes do Holocausto enfrentam mortalidade crescente; 90% podem desaparecer em 15 anos

Mais de 200 mil sobreviventes do Holocausto estão vivos, mas 70% devem falecer em uma década. Urge preservar suas histórias.

Vista geral do Memorial em homenagem aos judeus mortos da Europa, conhecido como Memorial do Holocausto, no centro de Berlim, Alemanha, em 17 de junho de 2011. (Foto: AP Photo/Markus Schreiber, File)

Vista geral do Memorial em homenagem aos judeus mortos da Europa, conhecido como Memorial do Holocausto, no centro de Berlim, Alemanha, em 17 de junho de 2011. (Foto: AP Photo/Markus Schreiber, File)

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Relatório aponta que 70% dos sobreviventes do Holocausto morrerão em 10 anos

Um novo relatório divulgado nesta terça-feira (22) revela que 70% dos sobreviventes do Holocausto não estarão mais vivos nos próximos dez anos. A pesquisa destaca a urgência de registrar os relatos em primeira mão de uma geração que vivenciou um dos piores horrores da história.

Atualmente, a idade média dos sobreviventes é de 87 anos, com mais de 1.400 pessoas com idade superior a 100 anos. O estudo, publicado pela Conferência de Reivindicações de Materiais Judaicos contra a Alemanha (Claims Conference), analisou projeções populacionais e taxas de mortalidade até 2040.

De acordo com o relatório, intitulado “Testemunhas Desaparecendo”, cerca de 50% dos sobreviventes do Holocausto morrerão nos próximos seis anos, e 90% nos próximos 15 anos. A fragilidade da saúde e os traumas sofridos na juventude agravam a situação.

O Holocausto resultou no assassinato de seis milhões de judeus europeus pelos nazistas e seus colaboradores. O número exato de sobreviventes é incerto, mas estima-se que seja muito menor do que a população judaica europeia antes da guerra.

A pesquisa aponta que as taxas de mortalidade variam de acordo com o acesso à saúde e a estabilidade econômica. Em Israel, que abriga cerca de metade dos sobreviventes, a população deve diminuir de 110.100 para 62.900 até 2030, uma queda de 43%.

Nos Estados Unidos, a projeção é de uma redução de 39%, passando de 34.600 para 21.100 sobreviventes no mesmo período. Países da antiga União Soviética devem registrar uma queda ainda maior, de 54%, com a população de sobreviventes caindo de 25.500 para 11.800 até 2030.

“Este relatório é um lembrete contundente de que nosso tempo está quase acabando, nossos sobreviventes estão nos deixando e este é o momento de ouvir suas vozes”, afirmou Gideon Taylor, presidente da Claims Conference.

Albrecht Weinberg, um sobrevivente de 100 anos da Alemanha, que perdeu quase toda a sua família no Holocausto, relata que as memórias horríveis o assombram. “Eu durmo com isso, acordo com isso, sudo, tenho pesadelos; este é o meu presente”, disse. Ele expressa preocupação com o que acontecerá quando não puder mais testemunhar os horrores que vivenciou. “Quando minha geração não estiver mais neste mundo, quando desaparecermos do mundo, então a próxima geração só poderá ler sobre isso em um livro”, lamentou.

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