Projetos ideológicos na Câmara de SP são vistos como 'pré-campanha', afirma presidente da CCJ

A vereadora Sandra Santana (MDB) assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de São Paulo, em meio a uma série de projetos ideológicos propostos por colegas. Santana considera "natural" a busca por visibilidade através de pautas que abordam temas polêmicos, embora acredite que muitos desses projetos não avancem na Casa. Entre os vereadores que apresentaram propostas estão Lucas Pavanato (PL) e Amanda Paschoal (PSOL), que buscam discutir questões como a legislação sobre aborto e direitos de pessoas trans.

Santana observa que essa movimentação é parte de uma pré-campanha para as eleições em Brasília e prevê que, com o tempo, essas pautas ideológicas perderão força. A CCJ é o primeiro passo para a aprovação de qualquer projeto de lei na cidade, e a nova legislatura tem atraído atenção devido à influência dos vereadores novatos nas redes sociais, que buscam se afirmar politicamente.

A presidente da CCJ destacou que, apesar das expectativas em torno dos novos projetos, a Casa ainda está lidando com propostas que já estavam em tramitação. Ela mencionou que, em legislaturas anteriores, alguns projetos não avançaram por não serem relevantes para a pauta da cidade, e acredita que isso pode se repetir. Santana, aliada do prefeito Ricardo Nunes (MDB), chegou à presidência por um acordo entre partidos, mas também por seu perfil conciliador.

Em meio a essa dinâmica, já surgem piadas sobre os desafios que Santana enfrentará na CCJ. Uma vereadora brincou que iria "comer seu juízo", ao que Santana respondeu que sua abordagem será de "equilíbrio", evitando que os extremos prevaleçam. A expectativa é que, com o tempo, as pautas ideológicas deem lugar a discussões mais centradas nas necessidades da cidade.