28 de jan 2025
Favelas enfrentam precariedade e ausência de políticas públicas efetivas em São Paulo
O estudo "Panorama das favelas" revela que 70% dos moradores carecem de água e energia. Quase metade das moradias é feita de madeira ou sucata, com pisos de terra. Apenas 30% têm acesso regular a serviços básicos, como esgoto e eletricidade. A criação da Secretaria Nacional de Periferias é um avanço, mas desafios persistem. Políticas públicas precisam ser integradas e baseadas em dados concretos para eficácia.
Quase metade (43%) das moradias em territórios hipervulnerabilizados são de madeira ou sucata, como na foto (Foto: Teto Brasil/Divulgação)
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Recentemente, o Museu das Favelas, localizado no centro de São Paulo, destacou a importância de visibilizar as comunidades que frequentemente aparecem nas notícias apenas por violência. O Censo 2022, divulgado no final de 2024, revelou que o Brasil abriga 12.348 favelas, onde vivem mais de 16 milhões de pessoas, evidenciando a necessidade de políticas públicas que atendam a essas áreas. Camila Jordan, da ONG Teto Brasil, enfatiza que o imaginário coletivo sobre pobreza ainda precisa ser reavaliado para abordar as realidades dramáticas e as potencialidades dessas comunidades.
Um estudo inédito, o Panorama das favelas e comunidades invisibilizadas no estado de São Paulo, lançado em outubro de 2024, traçou um retrato das condições precárias enfrentadas por esses territórios. Realizado entre 2019 e 2023, o levantamento mostrou que 43% das moradias são feitas de madeira ou sucata, e 30% dos moradores têm acesso regular à água e energia elétrica. A maioria das casas enfrenta problemas estruturais, como infiltração e pragas, que afetam a saúde dos residentes.
Além disso, a falta de infraestrutura e a crise climática agravam a situação, com 1,17 milhão de crianças tendo seus estudos interrompidos em 2024 devido a eventos climáticos, como enchentes e secas. Jordan critica a ineficácia das políticas públicas atuais, que carecem de dados e ações coordenadas. Apesar da criação da Secretaria Nacional de Periferias em abril de 2023, os desafios permanecem, e é necessário integrar políticas que atendam às necessidades reais das populações.
O Manifesto do Museu das Favelas ressalta que não há futuros possíveis sem considerar as favelas e suas manifestações culturais. Para que esses futuros se concretizem, é essencial que o poder público reconheça a importância dessas comunidades e implemente políticas integradas que visem reduzir as desigualdades nas cidades. A luta por direitos e reconhecimento continua, demandando ações efetivas e participativas.
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