Chile adota estado de emergência e toque de recolher para combater incêndios florestais

O presidente Gabriel Boric declarou estado de emergência preventiva neste sábado para as regiões de Maule e Ñuble, no centro-sul do Chile, em resposta a um alerta vermelho devido a um evento de calor extremo. As temperaturas podem chegar a 40°C no vale central, e um toque de recolher foi imposto em municípios da região de Araucanía para conter a propagação de incêndios florestais. Boric anunciou as medidas no palácio de La Moneda, acompanhado por autoridades de segurança pública.

Para a implementação do estado de emergência, Boric nomeou dois comandantes militares: o general Patricio Valdivia em Maule e o general Eduardo Candia em Ñuble. Os militares começarão a patrulhar a área a partir do meio-dia de sábado, com o objetivo de aumentar a segurança e a presença do Exército. Em La Araucanía, onde a situação de emergência já perdura há quase três anos, o toque de recolher será das 22h às 6h.

A Direção Meteorológica do Chile emitiu alertas para altas temperaturas, prevendo que o interior de Maule e Ñuble atinja 36°C a 38°C no sábado e 40°C no domingo. Além disso, foram emitidos alertas para as regiões de Valparaíso, Metropolitana e O'Higgins, onde as temperaturas também serão elevadas. As condições climáticas, com alta temperatura, baixa umidade e ventos instáveis, aumentam o risco de incêndios.

O governo chileno tomou essas medidas após o primeiro aniversário dos megaincêndios que devastaram cidades como Valparaíso e Viña del Mar, resultando em 136 mortos e milhares de desabrigados. Investigações sobre esses incêndios levaram à prisão de sete suspeitos, incluindo bombeiros e brigadistas, acusados de iniciar os incêndios por motivos econômicos, como pagamento de horas extras.