20 de fev 2025
Guerra urbana no Rio: operação contra traficante revela fragilidade da segurança pública
A operação para capturar o traficante Peixão gerou caos nas ruas do Rio. Governantes criticam a ADPF das Favelas, atribuindo a ela o aumento do crime. Dados mostram que mortes por intervenções policiais caíram 60% desde 2019. O STF mantém restrições em operações policiais, visando reduzir letalidade. Especialistas afirmam que a ADPF é essencial para garantir direitos humanos.
Cenário de guerra. Quando os policiais conseguiram passar pelas barricadas, o chefe do tráfico no Complexo de Israel já havia fugido. A população carioca segue acuada. (Foto: Pablo Porciuncula/AFP e Mauro Pimentel/AFP)
Ouvir a notícia:
Guerra urbana no Rio: operação contra traficante revela fragilidade da segurança pública
Ouvir a notícia
Guerra urbana no Rio: operação contra traficante revela fragilidade da segurança pública - Guerra urbana no Rio: operação contra traficante revela fragilidade da segurança pública
Imagens impactantes marcaram uma operação policial no Rio de Janeiro, que visava prender Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos traficantes mais procurados da cidade. A ação, que envolveu carros blindados e helicópteros, transformou a Avenida Brasil e a Linha Vermelha em um verdadeiro campo de batalha, com explosões de granadas e disparos de armas pesadas, gerando pânico entre motoristas e passageiros. A facção de Peixão, o Terceiro Comando Puro, estabeleceu barricadas e fossos nas ruas de comunidades como Parada de Lucas e Vigário Geral, permitindo que o traficante escapasse sem dificuldades.
Governantes locais, como o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes, criticaram a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635 (ADPF das Favelas), que visa reduzir a letalidade policial. Castro afirmou que a ADPF limita a atuação da polícia e fortalece o crime, enquanto Paes pediu o fim das restrições, alegando que a cidade se tornou um "resort para delinquentes". Ambos solicitaram participação no julgamento da ADPF no Supremo Tribunal Federal (STF), argumentando que a decisão afeta a segurança urbana.
O senador Flávio Bolsonaro também se posicionou contra a ADPF, prometendo trabalhar para derrubar a decisão do STF, enquanto outros políticos, como Fabiano Contarato, defendem que a segurança deve ser garantida sem violar direitos. O ministro Edson Fachin, que votou pela manutenção das regras da ADPF, propôs medidas como o uso de câmeras corporais e a proibição de disparos de helicópteros, enfatizando a necessidade de um controle mais rigoroso das operações policiais.
Pesquisadores e especialistas em segurança pública, como Ignacio Cano e Daniel Cerqueira, destacam que a ADPF não impediu a presença policial nas comunidades e que a redução da letalidade policial deve ser vista como uma conquista. Cano observou que as mortes por intervenções policiais caíram 60% desde 2019, enquanto Cerqueira criticou a narrativa de que a ADPF engessou as polícias, ressaltando que a segurança pública deve ser baseada em planejamento e não em ações violentas.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.