01 de mar 2025
Desafios das mulheres entregadoras em Nova York: resistência e luta por reconhecimento
Mulheres migrantes em Nova York enfrentam assédio e falta de proteção trabalhista. Marleny Chumil e Sandra Ortiz relatam riscos e desafios no trabalho de delivery. Ernestina Gálvez deixou liderança por machismo e falta de apoio financeiro. Apenas 24% dos entregadores são mulheres, refletindo desigualdade no setor. Organizações buscam melhorias, mas ativismo feminino ainda é limitado por responsabilidades.
Micaela Quibajá em Manhattan, em novembro de 2024. (Foto: Mariana Navarrete)
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A deliverista guatemalteca, Marleny Chumil, de 27 anos, compartilhou sua experiência como trabalhadora de entrega em Nova York, onde atua desde 2020. Após dar à luz seu filho, ela encontrou na entrega de comida uma forma de conciliar trabalho e cuidados com a criança. Chumil, que faz parte dos mais de 65.000 entregadores na cidade, destaca que, apesar de ser um trabalho desafiador, é uma oportunidade que lhe permite sustentar sua família. Ela menciona a dificuldade de ser mulher migrante e a falta de reconhecimento de suas experiências.
Outra entregadora, Sandra Ortiz, de 37 anos, enfrenta desafios semelhantes. Ela lida com dores menstruais enquanto entrega pedidos e já sofreu acidentes e assaltos. Ortiz, que é a principal provedora de sua família, ressalta que o trabalho de entrega oferece liberdade, embora também envolva riscos significativos, como o roubo de bicicletas. Segundo um relatório, apenas 24% dos entregadores são mulheres, refletindo a luta por reconhecimento e melhores condições de trabalho.
Micaela Quibajá, de 34 anos, prefere trabalhar como contratista independente para ter mais controle sobre sua agenda. Ela também enfrenta o medo de assaltos e acidentes, mas valoriza a flexibilidade que o trabalho proporciona. O aumento do trabalho de entrega durante a pandemia levou à formação de grupos como Los Deliveristas Unidos, que lutam por direitos e melhores condições para os entregadores, embora a participação feminina nesse ativismo ainda seja limitada.
A socióloga Ruth Milkman observa que o trabalho de entrega se alinha com as responsabilidades de cuidado das mulheres de classe trabalhadora. A coalizão Justice for App Workers, liderada por Adelgysa Payero, busca criar espaços de organização para mulheres que trabalham com aplicativos, reconhecendo as dificuldades que enfrentam. Payero promove encontros que consideram as necessidades das mães, incentivando a participação feminina no ativismo e destacando a importância de suas vozes na luta por melhores condições de trabalho.
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