Petro apresenta plano ambicioso para o Catatumbo e encerra crise de gabinete

O Conselho de Ministros realizado nesta segunda-feira, transmitido em cadeia nacional, sinalizou o fim da crise de gabinete do governo de Gustavo Petro, pelo menos na fase pública que começou há um mês. O presidente, que havia criticado abertamente seus ministros anteriormente, agora se concentrou nas medidas para o Catatumbo, região da Colômbia que enfrenta uma grave crise humanitária. Petro anunciou um plano ambicioso para a substituição de 25.000 hectares de coca, enquanto os ministros se limitaram a apresentar os projetos em andamento na área.

O presidente já havia afirmado que a crise anterior foi causada por seus subordinados, e sua intenção ao transmitir a reunião era permitir que os colombianos vissem os debates sobre políticas públicas. No entanto, ele começou a reunião com críticas severas, expressando sua vergonha em relação ao desempenho do governo. A pressão para a mudança de ministros foi liderada pela vice-presidente França Márquez e pela ex-ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, que questionaram a nomeação de Armando Benedetti como chefe de gabinete, devido a acusações de corrupção.

Durante a reunião, Petro limitou suas críticas a uma "guerra de egolatrias" observada anteriormente e citou trechos do livro El espíritu de la esperanza, de Byung-Chul Han, enfatizando a necessidade de coletividade e humildade entre seus subordinados. Ele também destacou que a crise no Catatumbo é um problema de soberania, mencionando a expulsão de 55.000 habitantes pelo Exército de Libertação Nacional (ELN) e a presença de 50.000 hectares de coca na região, com um foco especial no município de Tibú.

O ministro da Fazenda, Diego Guevara, anunciou que serão alocados 330 bilhões de pesos para o programa de substituição de cultivos e 881 bilhões de pesos para o setor de Defesa, como parte das medidas de emergência na região. A expectativa é que esses recursos sejam provenientes de impostos já anunciados, incluindo o de jogos de azar online. O governo busca que a paz na Colômbia dependa da decisão voluntária dos camponeses em erradicar a coca.