Cinco integrantes de grupo de extrema-direita são condenados por plano de sequestro na Alemanha

Cinco membros de um grupo de extrema-direita da Alemanha foram condenados por planejar a derrubada do governo e o sequestro do ministro da Saúde, Karl Lauterbach. Quatro deles foram identificados como "líderes" de uma "organização terrorista" que pretendia usar a violência para criar condições semelhantes a uma guerra civil no país. O grupo planejava sequestrar Lauterbach, defensor de medidas rigorosas contra a Covid-19, e estava disposto a matar seus seguranças, se necessário.

A ministra do Interior, Nancy Faeser, afirmou que os réus representavam "uma ameaça enorme" à segurança nacional. O tribunal regional superior de Koblenz ouviu que o grupo se formou em janeiro de 2022 e elaborou um plano que incluía um ataque de sabotagem para desativar a rede elétrica. Composto por quatro homens entre 46 e 58 anos e uma mulher de 77 anos, o grupo esperava contar com a adesão de membros descontentes das forças de segurança.

Os quatro réus considerados líderes foram condenados a penas que variam de cinco anos e nove meses a oito anos de prisão, enquanto um quinto réu recebeu uma sentença de dois anos e dez meses após quase dois anos de julgamento. As identidades dos condenados não foram divulgadas publicamente. O grupo estava associado aos Cidadãos do Reich, que acreditam que o Império Alemão, que colapsou em 1918, ainda existe.

Os investigadores indicam que o grupo era liderado por Heinrich XIII Príncipe Reuss, um aristocrata alemão, e se inspirava no movimento de teorias da conspiração QAnon, associado a alguns apoiadores de Donald Trump nos EUA. Após o veredicto, Lauterbach agradeceu à polícia, afirmando que o estado demonstrou "que pode se defender contra teóricos da conspiração violentos." Faeser destacou que os planos violentos para um golpe e ataques à infraestrutura elétrica evidenciam uma "ameaça enorme" e que os serviços de segurança estão levando a sério as ameaças representadas pelos Cidadãos do Reich.