Protesto em Buenos Aires deixa 46 feridos e 124 detidos em defesa dos aposentados

Um protesto violento em Buenos Aires contra a perda de direitos dos idosos e o declínio nas aposentadorias resultou na prisão de 124 pessoas e deixou 46 feridos, sendo um em estado grave. A manifestação, que ocorreu na tarde de ontem, foi convocada por sindicatos e organizações sociais, com apoio de torcidas organizadas de cerca de 30 times de futebol. Os aposentados exigem a atualização das aposentadorias e a continuidade da moratória previdenciária, que termina em março.

A polícia respondeu ao protesto com gás lacrimogêneo e balas de borracha, enquanto os manifestantes reagiram com pedras e fogos de artifício. Uma aposentada de 87 anos, Beatriz Bianco, ficou gravemente ferida após ser empurrada por um policial. O fotógrafo Pablo Grillo, de 35 anos, também foi atingido e está internado em estado grave. O chefe de Gabinete, Guillermo Francos, descreveu o incidente como um "acidente não previsto" e afirmou que os manifestantes tentaram realizar um "golpe de Estado".

O governo de Buenos Aires estimou um prejuízo de cerca de 275 milhões de pesos (R$ 1,5 milhão) devido aos danos causados. Francos declarou que manifestações desse tipo serão reprimidas "de maneira adequada", enfatizando que não se pode permitir a violência nas ruas. Apesar da redução da inflação, as políticas do governo de Javier Milei resultaram na perda de 200 mil empregos e aumento da pobreza.

Os aposentados, que enfrentam dificuldades financeiras, expressaram sua indignação nas ruas. "Eles estão acabando com os aposentados", afirmou o senador Martín Lousteau. Patricia Mendía, de 60 anos, e sua mãe, de 84, marcharam até a Praça de Maio, onde fica a Casa Rosada. Cristina Delgado, de 85 anos, criticou o governo, afirmando que a situação atual é "pior do que durante as ditaduras".