19 de mar 2025
Câmara dos Deputados da Argentina aprova novo acordo com FMI em meio a protestos sociais
A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou um decreto para novo empréstimo ao FMI. Protestos em Buenos Aires, liderados por aposentados, refletem insatisfação social. O PIB argentino caiu 1,7% em 2024, impactado por cortes de gastos severos. A inflação, embora reduzida, ainda é alta, com preocupações sobre a recuperação econômica. A popularidade de Milei enfrenta desafios, com aumento do pessimismo entre os cidadãos.
Foto: Reprodução
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O governo argentino, liderado pelo presidente Javier Milei, obteve aprovação da Câmara dos Deputados para negociar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), visando obter novos recursos financeiros. O decreto foi aprovado com 129 votos a favor, 108 contra e seis abstenções, permitindo que Milei avance em um acordo que pode trazer estabilidade aos mercados. A Argentina já deve US$ 44 bilhões ao FMI e busca fortalecer suas reservas em um cenário econômico desafiador.
Enquanto isso, milhares de manifestantes se reuniram em Buenos Aires para protestar contra as políticas de ajuste econômico do governo, especialmente em relação aos aposentados, que têm sido severamente impactados. Os protestos, convocados por sindicatos e organizações sociais, ocorreram em um clima de crescente descontentamento popular, refletindo a insatisfação com a inflação e a deterioração das condições de vida. A marcha, que foi pacífica em sua maioria, teve um forte apoio de diversos setores da sociedade, incluindo torcedores de futebol e grupos feministas.
O PIB da Argentina caiu 1,7% em 2024, o primeiro ano do governo Milei, resultado de uma política de cortes de gastos conhecida como "Plano Motosserra", que visa combater a inflação, que chegou a 211,4% em 2023. Apesar da contração econômica, sinais de recuperação foram observados nos últimos trimestres, com crescimento de 1,4% no quarto trimestre em relação ao anterior. O FMI prevê uma recuperação de 5% para 2025, mas o governo enfrenta desafios significativos para manter a confiança da população.
Os aposentados, que representam uma parte vulnerável da sociedade, têm visto suas condições de vida se deteriorarem, com um aumento de 113% no número de aposentados vivendo abaixo da linha da pobreza entre 2017 e 2024. A pressão social sobre o governo Milei aumenta à medida que as eleições legislativas se aproximam, e a insatisfação popular pode impactar a capacidade do presidente de implementar suas políticas. A situação continua a ser monitorada de perto, com a expectativa de que os próximos meses sejam cruciais para a estabilidade política e econômica da Argentina.
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