Política

Milei suspende sigilo de documentos da ditadura argentina em busca de 'memória completa'

Milei abre arquivos da ditadura argentina e busca equiparar crimes do regime militar a ações de guerrilheiros, gerando polêmica e protestos.

O presidente da Argentina, Javier Milei, discursa durante a sessão de abertura do Congresso. 1/03/2025 (Foto: Marcos Brindicci/Getty Images)

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Javier Milei anunciou a suspensão do sigilo dos arquivos da Secretaria de Inteligência do Estado (Side) sobre a ditadura argentina (1976-1983) no Dia da Memória, que homenageia as vítimas da repressão. O ato ocorreu em meio a manifestações contra os crimes do regime militar e as políticas do governo ultradireitista. A decisão levanta questões, considerando que Milei e sua vice, Victoria Villarruel, têm um histórico de relativização da ditadura e de críticas às Mães da Praça de Maio, que defendem o número de 30 mil desaparecidos.

O presidente argentino busca, ao abrir os documentos, contrabalançar os crimes da ditadura com os atos de guerrilheiros da época, promovendo uma "memória completa". Villarruel, em eventos de campanha, tem se referido a militantes de esquerda como terroristas e defendeu a indenização de suas vítimas. Além disso, Milei propôs que crimes de grupos guerrilheiros sejam considerados imprescritíveis, uma promessa de campanha que enfrenta desafios no Senado, onde o peronismo tem maioria.

A administração de Milei tem promovido um enxugamento das políticas de memória, resultando em demissões em órgãos de direitos humanos, especialmente na ex-Escola de Mecânica da Armada, um centro de tortura durante a ditadura. Críticos afirmam que a retirada do sigilo é demagógica, já que a liderança do Arquivo Nacional da Memória foi entregue a uma especialista em criptomoedas, o que levanta dúvidas sobre a seriedade da iniciativa.

Axel Kicillof, governador da província de Buenos Aires, criticou a postura do governo no Dia da Memória, afirmando que discursos de ódio não têm espaço na sociedade argentina. Ele reafirmou o reconhecimento dos 30 mil desaparecidos e a importância de que os eventos da última ditadura civil-militar não se repitam. A situação atual reflete um contexto tenso, onde a memória histórica e as narrativas sobre o passado continuam a ser disputadas.

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