Política

Brasil precisa cuidar de quem cuida: desafios e propostas para a política de cuidado

Professora da USP, Nadya Araújo Guimarães, defende políticas que valorizem cuidadores, especialmente mulheres negras, em colóquio sobre a crise do cuidado.

Nadya Araújo Guimarães, que é socióloga do trabalho, estuda trabalho de cuidado e é coordenadora do projeto Who Cares?, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). (Foto: Danilo Verpa/Folhapress)

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A professora Nadya Araújo Guimarães, da Universidade de São Paulo (USP), defende que o Brasil deve priorizar o cuidado com os cuidadores, especialmente mulheres negras, que historicamente desempenham essa função. Durante um colóquio na USP, ela destacou a importância de políticas públicas que abordem a "crise do cuidado", enfatizando que as leis existentes focam nos beneficiários, mas negligenciam os provedores de cuidado.

Nadya explicou que, enquanto em países desenvolvidos a crise do cuidado está relacionada à escassez de cuidadores, no Brasil, mulheres negras já estão inseridas no mercado de trabalho de cuidado há muito tempo. Muitas dessas profissionais atuam sem regulamentação, o que agrava a situação. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que a formação adequada pode reduzir significativamente o risco de desemprego entre essas cuidadoras.

A socióloga também abordou a necessidade de uma abordagem transversal nas políticas de cuidado, que interligue educação, saúde e assistência social. Ela ressaltou que o cuidado deve ser considerado um bem público, não apenas uma responsabilidade familiar. A pandemia evidenciou que todos, em algum momento da vida, dependem de cuidado, tornando urgente a discussão sobre a estrutura de apoio a esses profissionais.

Por fim, Nadya criticou a falta de regulação e financiamento para políticas que protejam os cuidadores. Ela apontou que a Política Nacional de Cuidado precisa ser mais efetiva, garantindo suporte emocional e financeiro para quem cuida. O desafio é implementar essas ações em nível municipal, onde a realidade do cuidado se manifesta de forma mais intensa.

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