Bolsonaristas usam prisão de Collor para criticar governo Lula e operações da PF

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta acusações de uma suposta trama golpista, estão utilizando o discurso anticorrupção para criticar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A reação ocorre após a prisão do ex-presidente Fernando Collor e uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Bolsonaristas destacam a anulação das condenações de Lula pelo Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto Collor, condenado a oito anos e dez meses por corrupção, permanece preso. O ex-juiz Sergio Moro, agora senador, questionou a demora na prisão de Collor e a seletividade da Justiça, afirmando que "os demais ladrões da Petrobras foram liberados".

O senador Flávio Bolsonaro afirmou que Collor é uma "vítima" de um "ato de ódio" do ministro Alexandre de Moraes, ligando o caso ao de seu pai. Deltan Dallagnol, ex-procurador da força-tarefa da Lava-Jato, também criticou a Justiça, alegando que há um tratamento desigual entre amigos e inimigos.

A operação da PF que investiga descontos indevidos em aposentadorias do INSS foi outro ponto explorado pela oposição. Eduardo Bolsonaro acusou Lula de desviar recursos dos aposentados, enquanto o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, ressaltou que o presidente do INSS foi nomeado por Lula.

Aliados do governo federal, por sua vez, defendem que os desvios no INSS começaram durante a gestão de Bolsonaro. A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara afirmou que Lula "acabou com o esquema de corrupção e defendeu os aposentados".